Cultura devia estar entre "primeiras preocupações" do País
O governador do Banco de Portugal (BdP) colocou esta quarta-feira a cultura entre as “primeiras preocupações” para o desenvolvimento do País, apelando a que seja “chamada para dentro” dos planos de desenvolvimento, à semelhança do que fazem as economias escandinavas.
© LUSA
Economia Governador
“A cultura é para mim uma das primeiras preocupações em termos de desenvolvimento do País”, começou para dizer Calos Costa, numa intervenção na conferência "Perspectivas para a Cultura no Quadro Estratégico Europeu 2014 - 2020", organizada pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) da Secretaria de Estado da Cultura.
O governador do banco central reconheceu que “a economia nunca conseguiu inserir a cultura entre os factores de desenvolvimento”, assim como “os agentes culturais sempre olharam para a economia como algo que perverte”, mas sublinhou que “cultura suporta a economia”, tal como “a economia suporta a cultura”.
A cultura é mesmo o elemento diferenciador entre “territórios” com as mesmas heranças institucionais e crucial no quadro europeu, pautado pela “convergência dos modelos institucionais”, disse Carlos Costa.
Ainda num outro plano, o governador do Banco de Portugal apelou à intervenção dos agentes e produtores culturais na geração de uma “dialéctica - conclusiva, não interminável – “que encontre “soluções” para o País, ou ainda “na produção das normas sociais e valores sociais que vão modelar” a nossa economia no futuro.
Carlos Costa considerou que o futuro do País assenta no desempenho de quatro pilares: o da política, em que se situa o Governo, o dos agentes políticos e dos consensos políticos, em que se integram as oposições partidárias, o da Concertação Social, e um último, mais abrangente e “mais importante”, na opinião do governador, o do consenso social.
“É no capital social que está a falha” em países como Portugal, “não é no capital físico”, afirmou.
“Temos que intervir nos factores de cultura que promovam a transformação cultural”, defendeu o Carlos Costa, distinguindo entre estes, a educação – ainda que “não em abstracto”, mas no que é relevante para essa transformação – mas também na “emergência de um maior número de empreendedores culturais autónomos” e num “maior sentido de responsabilidade”, com maior descentralização do poder político e administrativo.
No final do evento, o responsável escusou-se a comentar as questões dos jornalistas relativas à actualidade económica.
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