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"Quando a esperança e os protestos acabarem haverá mortes"

Presidente da Associação de Lesados do BES contou ao semanário SOL que houve o caso de um pensionista que “foi para a porta de uma agência do Novo Banco com uma caçadeira para matar”.

"Quando a esperança e os protestos acabarem haverá mortes"
Notícias ao Minuto

09:05 - 18/09/15 por Notícias Ao Minuto

Economia Lesados

“As pessoas acham que somos gananciosos e temos muito dinheiro, mas estamos a falar de juros de 3% e de algumas pessoas que puseram todo o seu dinheiro no papel comercial. Isto parece coisa de investidor de risco?”, questiona o presidente da Associação de Lesados do BES que, esta sexta-feira, dá uma entrevista ao semanário SOL.

Na mesma intervenção, Ricardo Ângelo, dentista de profissão, garante que a “luta” vai continuar e que não se trata de “uma campanha contra um partido” até porque, sublinha, “o nosso partido é o nosso dinheiro”.

A Associação sobrevive com uma quota de 50 euros que todos os membros pagaram, mas também de donativos que vão sendo feitos. As manifestações que têm vindo a ser realizadas são uma espécie de ‘tubo de escape’ para a revolta das pessoas, mas Ricardo Ângelo deixa um alerta:

“Enquanto houver manifestações e esperança, as pessoas vão-se controlando. Quando isso acabar vai haver mortes”, garantiu.

E esta opinião é baseada em atos de lesados que demonstram bem o desespero que estas pessoas, que perderam as poupanças de uma vida, sentem.

“Um senhor de 70 anos estava à porta de uma agência do Novo Banco com uma caçadeira e ia matar o gestor de conta”, contou. O caso acabou por se resolver pacificamente, com a intervenção de outras pessoas da Associação que acalmaram o idoso e o demoveram de levar a cabo tal tragédia.

Este homem, contou Ricardo Ângelo, “vendeu a pensão onde trabalhou mais de 30 anos e pôs os 150 mil euros da venda no BES. Perdeu tudo. A mulher e a filha acham que a culpa é dele e abandonaram-no. Agora vive com uma reforma de 230 mil euros num casebre e está a receber o apoio da Cáritas”.

Mas há mais casos de pessoas que estão no limite das suas forças. “Há deficientes que puseram em papel comercial a totalidade da indeminização que receberam. Um senhor que ficou paraplégico, por exemplo, pôs os 300 mil euros de indemnização no BES”, revelou.

E há também o caso de uma “senhora que está há meses, todos os dias, à porta da sede do Novo Banco, em Lisboa, que já não tem dinheiro nem para comer”.

Relativamente à ideia de Pedro Passos Coelho de ser criada uma subscrição pública para angariar fundos para a defesa dos lesados do BES, o responsável pela associação considera que é “ridícula”.

“Se o primeiro-ministro quer ajudar, pode criar uma isenção de custas judiciais para este caso”, rematou.

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