Depois de falhadas as negociações com Anbang, Fosun e Apollo, o Banco de Portugal está a preparar uma mudança de estratégia para a privatização do Novo Banco. Depois de confirmar ontem o insucesso da primeira tentativa de venda, o regulador do sistema financeiro português admite recorrer a um plano alternativo, com novas regras para a venda do banco de transição do BES.
Após as eleições legislativas, o banco central deverá anunciar um novo concurso, com algumas diferenças. Graças ao adiamento, os possíveis compradores já não serão responsáveis pela recapitalização do Novo Banco após os testes de stress feitos pelo BCE, dando maior margem negocial ao Banco de Portugal. De acordo com o Jornal de Negócios, o regulador espera também uma melhoria da situação económica na Grécia e China, eliminando algumas das incertezas utilizadas como justificação para as "propostas insatisfatórias".
Como alternativa ao processo que falhou, está em aberto a possibilidade de vender apenas uma parte do Novo Banco, com o Fundo de Resolução a ficar com uma fatia maioritária do capital. O governador Carlos Costa acredita, segundo o Negócios que este foi um dos entraves ao acordo com os candidatos finais do primeiro concurso.
O maior ponto de discórdia é para já o calendário do novo processo. Até ao final de 2015, o segundo concurso deverá ser lançado, mas a procura de um negócio vantajoso vai empurrar a decisão final para o próximo ano. O Diário Económico aponta o último trimestre do próximo ano como a provável data de conclusão, parecendo confirmar a indicação dada por governo e Banco de Portugal de que não havia pressa para vender o 'banco bom' do antigo BES.