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Mudanças nos preços e método de cálculo levam a redução da inflação

A taxa de variação homóloga da inflação em Janeiro caiu para 0,2%, contra 1,9% de Dezembro de 2012, uma variação explicada com mudanças administrativas nos preços no ano passado, e quando o INE introduz mudanças no cálculo da inflação.

Mudanças nos preços e método de cálculo levam a redução da inflação
Notícias ao Minuto

13:49 - 12/02/13 por Lusa

Economia Janeiro

O valor calculado da inflação acaba por sofrer uma redução considerável em termos homólogos muito por via do impacto nos preços de mudanças administrativas que aconteceram no início do ano passado, mas que não se repetiram este ano, como é o caso dos aumentos de impostos - em especial do IVA -, das taxas moderadoras ou aumentos nos preços dos transportes.

Este tipo de efeitos acaba por influenciar significativamente as contas da inflação para o mês de Janeiro, mas o INE vem também introduzir a partir de hoje mudanças na metodologia de cálculo das famílias que têm impacto no valor estimado para a inflação.

O INE deixa ainda uma simulação do impacto destas alterações, num intervalo aberto entre os -0,5 pontos percentuais e os -0,7 pontos percentuais, que sublinha que não é possível calcular com precisão porque foram feitas alterações tanto ao nível dos produtos que integram o cabaz que é observado mensalmente para estimar as alterações aos preços, como nos ponderadores.

A nível do cabaz, foram alterados cerca de 5% dos produtos que o integram, passando o Instituto Nacional de Estatística a observar mensalmente mais cerca de 10 mil preços. Entre estas mudanças está a retirada de alguns produtos e sua substituição por outros, reflectindo as alterações nos hábitos de consumo dos portugueses.

Entre as classes de produtos que entram estão vários produtos tecnológicos como são os tablets por exemplo, ou o gás liquefeito de petróleo (GPL), entre muitos outros.

Há ainda uma importante mudança nos ponderadores utilizados para calcular o Índice de Preços no Consumidor (IPC), que leva a uma mudança face à estrutura de 2008 do peso que certas categorias de produtos tinham no cálculo do índice.

Estas mudanças são feitas no seguimento de uma regulamentação da Comissão Europeia e de recomendações do Eurostat para melhorar a qualidade estatística do índice de preços, que leva a que seja utilizada como fonte primária a informação da despesa de consumo final das famílias incorporada nas Contas Nacionais Portuguesas.

Os ponderadores eram calculados essencialmente com base nos resultados do Inquérito às Despesas das Famílias (IDEF) mas os resultados nas contas nacionais acabavam nalguns casos por espelhar realidades mais profundas, com algumas despesas a serem reflectidas nestas contas.

Assim, não só o INE passa a usar dados do IDEF de 2010/2011 (era utilizado o de 2005/2006), como também incorpora os dados finais das contas nacionais de 2010 e os preliminares de 2011.

A estrutura de ponderação do IPC, onde estão as classes de classificação de consumo individual por objectivo (COICOP), acaba por ter algumas alterações significativas como é a redução do peso dos preços na saúde, nos transportes ou nos restaurantes e hotéis por exemplo, para o cálculo da inflação, enquanto outros aumentam o seu peso relativo.

Isto não se deve a uma diminuição das despesas em si - que até podem aumentar nestas classes - mas sim a um ajuste no peso total que resulta da informação melhorada proveniente das contas nacionais.

Algumas despesas de menor valor acabam por estar subre-presentadas no IDEF face ao valor que é apurado nas contas nacionais, o que levou a que o INE fizesse ajustamentos.

Outra das mudanças é a introdução dos resultados do novo Inquérito às rendas de habitação, reformulado na sequência dos resultados dos Censos Habitação 2011 e que vai permitir acompanhar a evolução dos preços no mercado de arrendamento habitacional face às mudanças introduzidas no final do ano passado, inclusive a nova lei das rendas.

Segundo o INE, estas mudanças vão permitir "introduzir melhorias significativas, de modo a reflectir de forma mais apropriada os padrões de despesa de consumo das famílias residentes".

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