As contas em relação ao Novo Banco estão longe de estarem fechadas, contudo, caso haja um ‘buraco’ na venda do Novo Banco, a Société Générale acredita que a Caixa Geral de Depósitos será o grande prejudicado, com perdas que poderão chegar aos 850 milhões de euros.
Segundo o semanário Expresso, e com base nas contas da instituição bancária, o Novo Banco deverá ser vendido por cerca de 2 mil milhões de euros, um preço estimado com um valor de 0,5 vezes o 'price to tangible book value' (PTBV) – um indicador-chave para avaliar preços numa operação de venda.
Desta forma, sendo que as perdas seriam de 2,9 mil milhões de euros, já que a injeção da capital foi de 4,9 mil milhões de euros, “o BCP deverá ficar com 20% destas perdas”, um total de cerca de 580 milhões de euros. Este impacto económico deve ser imediato com a venda do Novo Banco.
Apesar do BCP ter estas perdas, a Caixa Geral de Depósitos, como o banco que lidera o sistema, ficará com a parcela maior dos prejuízos do banco que pertencia ao universo Espírito Santo. Com um peso de 30% no fundo de resolução, a fatura da CGD chegará aos 850 milhões de euros.
De acordo com o Expresso, como o banco não é cotado, o impacto não será imediato, porém, caso a CGD precise de se financiar, esta perda será tida em conta como uma avaliação de risco e aumentará o custo da operação, aumentando assim os prejuízos trazidos pela queda do BES e a consequente criação do Novo Banco.
Relembre-se que inicialmente o atual Executivo não previa que a queda do BES afetasse os contribuintes, mas Passos Coelho acabou por reconhecer que, no caso da existência de perdas, a CGD seria sacrificada.