Troika admite falhanço na redução da dívida portuguesa
Último representante do trio de entidades que resgataram Portugal fala de um ajustamento mais fraco do que o esperado. Crescimento económico também desiludiu.
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Economia Albert Jaeger
A troika está prestes a sair oficialmente de Portugal, mas o impacto das decisões tomadas ao longo dos últimos anos continua a ser bem visível. Em entrevista ao Diário Económico, o último representante oficial da missão de resgate admite que nem tudo correu como esperado no programa: “Alcançou os grandes objetivos. Não alcançou duas coisas que talvez se esperassem dele”.
“Os níveis de endividamento do setor privado e público só estabilizaram, não se reduziram significativamente. E o crescimento ficou aquém”, diz Albert Jaeger, culpando as surpresas desagradáveis encontradas nas contas do Estado: “Muita dívida que estava escondida apareceu. Era algo que não tinha sido antecipado”.
O dia 1 de setembro marca a saída oficial dos últimos membros da troika de território nacional, passando a ser feito um acompanhamento mais distante. As empresas privadas vão, no entanto, continuar a ser alvo de atenção redobrada. Albert Jaeger diz que é preciso fechar as portas das companhias com grande endividamento e baixa produtividade e “deslocar os trabalhadores para empresas com melhor performance”.
Para terminar, o representante da missão tripartida do BCE, FMI e Comissão Europeia falou da polémica medida de aumentar a TSU para os trabalhadores, garantindo que “houve um entendimento errado do que a medida faz”. “Algumas pessoas pensaram que era substituta das reformas estruturais. Não é. (…) Talvez tenha sido mal vendida, sobrevalorizada”, conclui Albert Jaeger.
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