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BES: Portugal Telecom foi arrastada por queda do banco

A crise na PT esteve de 'braço dado' com o fim do BES, seu acionista de referência, com demissões de administradores e alteração dos acordos com a brasileira Oi, mas ainda não acabou: agora seguem-se os processos por danos.

BES: Portugal Telecom foi arrastada por queda do banco
Notícias ao Minuto

16:05 - 02/08/15 por Lusa

Economia Empresas

A 30 de junho do ano passado, a PT SGPS, atualmente Pharol SGPS, comunicou ao mercado que tinha investido 897 milhões de euros em papel comercial na Rioforte, do Grupo Espírito Santo (GES), montante que a empresa até hoje nunca conseguiu reaver.

Este investimento seria o detonador da mudança que a PT, tal como era conhecida, iria sofrer nos meses seguintes.

Na altura, a operadora brasileira Oi, que estava em processo de fusão com a PT, exigiu esclarecimentos, afirmando que desconhecia o investimento da empresa portuguesa na Rioforte. A situação acabaria por agudizar-se em meados de julho, quando a Rioforte não consegue pagar à PT, a partir daqui as ações da empresa entram numa fase descendente, tal como as do BES.

O BES, tal como era conhecido, acabou a 03 de agosto de 2014, quatro dias depois de apresentar um prejuízo semestral histórico de 3,6 mil milhões de euros, uma situação à qual a PT não foi alheia.

Três dias depois, o ministro da Economia, António Pires de Lima, em declarações à Lusa, classificava de "inexplicáveis" os acontecimentos relativos ao BES e PT, admitindo que a situação tinha repercussões na reputação do país.

No dia seguinte, Henrique Granadeiro renunciava aos cargos de presidente do Conselho de Administração (CA) e da comissão executiva da PT SGPS, depois de no final de julho ter sido afastado do CA da nova empresa que resultaria da fusão da PT e a Oi, quando inicialmente estava previsto que fosse vice-presidente.

Nesse mesmo dia, a administração da PT adiantava que as aplicações na Rioforte não tinham sido aprovadas nem discutidas pelo CA e comissão executiva da empresa, o que levanta as dúvidas sobre quem era ou eram os mentores da aplicação.

Dúvidas que ainda hoje permanecem, já que ninguém assumiu a responsabilidade, quer justificando falta de memória ou desconhecimento sobre a matéria.

Entretanto, foram vários os administradores que foram deixando a empresa, culminando na renúncia ao cargo de presidente da Oi de Zeinal Bava, no início de outubro, um mês depois dos acionistas da PT terem aprovado um novo acordo com a Oi, e passado de um processo de fusão para combinação de negócios.

Pelo meio, o presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Carlos Tavares, admitia "eventuais comportamentos criminais" no investimento da PT no GES, iniciou-se um processo de venda da PT Portugal, que só terminou este ano, e a ideia de uma grande operadora de telecomunicações lusófona morria na praia.

Entretanto, mais recentemente, a PT SGPS mudou de nome e passou a chamar-se Pharol, sendo acionista de referência da Oi.

A nova administração da empresa, liderada por Luís Palha da Silva, propôs aos acionistas avançarem com processos em tribunal pelos danos causados pela aplicação na Rioforte, entidade entretanto insolvente, medida que foi aprovada na passada sexta-feira.

Os processos devem avançar em breve, provavelmente após as férias judiciais, e o objetivo é a empresa ser indemnizada pelos danos causados.

Palha da Silva admitiu ainda eventuais processos contra BES/Novo Banco, já que "é uma questão que estará sempre em aberto enquanto não estiverem prescritos os prazos" que a Pharol SGPS tem para "indicar responsáveis por quaisquer atos que tenham prejudicado as empresas".

Ou seja, "não exclui quaisquer outras responsabilizações", além dos ex-administradores.

A PT, tal como era conhecida, já não existe, tal como o BES, mas um ano depois, as são duas empresas continuam a dar que falar, pois só agora é que entra a fase da parte judicial para apurar responsabilidades.

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