Os advogados de Ricardo Salgado pedem que o ex-banqueiro seja absolvido, considerando que o antigo presidente do extinto Banco Espírito Santo agiu “boa-fé e na defesa do interesse do BES e dos clientes”.
Conforme noticiado pela TSF, que teve acesso aos documentos da defesa de Salgado, os advogados consideram que por “muitos erros” que o ex-banqueiro tenha cometido, este agiu sempre de “boa-fé”.
E mais. Os advogados consideram que houve “gestão ruinosa” por parte do regulador da banca nacional que quis gerir a situação “através de cartas”, esquecendo-se de que “o maior ativo de um banco é a confiança”.
Nesta senda, os advogados consideram ainda que o Banco de Portugal está a mover um “processo político” contra Salgado e que o regulador já tinha decidido “antecipadamente” levar a cabo a resolução do BES e, por isso, a salvação do banco nunca esteve em cima da mesa.
"O que se passou no verão de 2014 em relação ao fim do BES envergonha o Estado de Direito Democrático e deveria envergohar uma grande instituição chamada Banco de Portugal", lê-se na contestação citada pelo Diário Económico.
No mesmo documento, os advogados defendem que "através deste abuso de poder, desta fuga para a frente, o Banco de Portugal procura expiar os seus pecados pelo fim do BES e pela sua responsabilidade no surgimento daqueles que, lamentavelmente se tornaram os lesados do BES".
E mais. No documento de 432 páginas, a defesa do ex-banqueiro diz que o "BES não faliu. Foi obrigado a desaparecer pelo Banco de Portugal [BdP], com o apoio do Governo de Portugal, liderado pelo doutor Pedro Passos Coelho".
É também referido que o "sucesso do desaparecimento do BES foi recompensado com a recondução de Carlos Costa" no Banco de Portugal, sugerindo que, para futuro, "quem sabe, até pode ser designado administrador do Banco Central Europeu".