"Impostos sobre o pecado álcool e tabaco é outra coisa"
O antigo ministro explica que “sempre pagámos mal aos médicos” e tece críticas ao atual primeiro-ministro.
© DR
Economia Correia de Campos
No dia em que apresenta, em Lisboa, o seu novo livro – ‘Saúde & Preconceito’ – António Correia de Campos dá uma entrevista ao Diário Económico em que explica que, para financiar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), tendo por base as medidas propostas pelo PS, não é preciso aumentar a carga fiscal. Mas isto não se aplica a todos os setores.
“Impostos sim. Impostos sobre o ‘pecado’ é outra coisa: álcool e tabaco”, afirma, certo de que “é possível fazer mais com o mesmo orçamento ou um pouco mais”. E dá um exemplo: “Basta aliviarmos os hospitais e utilizarmos melhor os cuidados continuados”.
O antigo ministro da Saúde deixa claro que “cada uma das medidas [propostas pelo Partido Socialista], que apresenta despesa financeira, tem contas por trás”, mas assume que há aspetos de difícil resolução.
“Vai continuar a haver emigração de médicos. Em primeiro lugar porque o diferencial retributivo neste momento é muito alto. Sempre pagámos mal aos médicos e ao longo dos últimos 20 anos isso foi um bocadinho escondido atrás das horas extraordinárias", explica o ex-governante, que não deixa de tecer críticas a Passos Coelho.
“O primeiro-ministro, mal informado e insensatamente, declarou no meio de um debate parlamentar que iria recrutar 400 médicos reformados e que assim resolveria por completo o problema dos portugueses que não têm médico de família. Basta fazer as contas para ver que isso é impossível”, garante Correia de Campos, justificando que “com as condições que ofereciam – um terço do salário – contam-se pelos dedos das mãos os médicos que aderiram”.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com