POUPANÇA NO MINUTO
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"Este referendo é uma maneira de usar e abusar do povo grego".
“Estes senhores não têm condições para estar à frente de um governo no contexto da União Europeia”, diz Bagão Félix, referindo-se aos governantes do Syriza.
© DR
Economia Bagão Félix
Bagão Félix olha para o referendo que o povo grego vai votar no próximo domingo como uma atitude “completamente emocionalizada” do governo helénico e uma “maneira de usar e abusar do povo, que não tem condições para votar em termos racionais”.
“O referendo, desde logo, está vazio de objeto, porque se refere a um plano de acordo datado de 25.06.2015 que já não existe, caducou, foi revogado”, criticou o comentador na ‘Edição da Noite’ da SIC Notícias, dizendo que “não faz sentido, num prazo de oito dias, referendar-se uma coisa destas”.
O antigo ministro das Finanças foi mais longe nas críticas proferidas em relação ao Syriza e disse mesmo que, independentemente do resultado da consulta popular, “estes senhores não têm condições para estar à frente de um governo no contexto da União Europeia”.
Mas as culpas não devem ser atribuídas exclusivamente ao governo grego. O ex-governante entende que, “se da parte grega vemos jovens, certamente talentosos, muito impreparados, que julgam que estar no Estado é a mesma coisa que estar num partido, do lado da Europa estão uns senhores com prosápia a dar ordens humilhando o povo”
“Há num aspeto em que o governo grego tem razão: o que está em causa não é a questão grega na sua verdadeira sustentabilidade, mas meras questões de intendência orçamental, para não dizer contabilística”, exemplificou, assegurando que “o que se está a discutir é um analgésico e não uma medida de fundo”.
Contudo, é de lamentar, na opinião de Bagão Félix, que “a Europa nunca tenha dado a mãe à palmatória em termos das suas culpas”. Porque “a Grécia está no euro porque os poderes da União Europeia aceitaram todos os truques, manobras e mentiras do governo grego. Se não fosse a crise que espoletou no mundo todo, provavelmente ainda haveriam de estar envoltos nesta ilusão. Agora não se pode, num clique, resolver todos estes problemas”.
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