Com a execução do ciclo de fundos comunitários disponível para o investimento agrícola entre 2007 e 2013 a chegar ao fim, a CNA mostra-se insatisfeita com o que considera ser "um programa mal concebido e mal preparado pelo anterior Governo" e acusa a ministra da Agricultura de se desdobrar "em intensa propaganda" para fazer surgir na opinião pública a ideia do "grande sucesso" do PRODER.
Para a CNA, a execução do PRODER não deve ser avaliada pelo dinheiro que foi gasto, mas sim pelos resultados da sua aplicação no desenvolvimento do setor e na melhoria do rendimento dos agricultores, nomeadamente nas pequenas e médias explorações.
"Não basta ao Governo falar no equilíbrio da balança de pagamentos, mas apenas em valor, apoiando umas quantas empresas do grande agro negócio, enquanto a população é forçada a comprar o que dá mais lucro às grandes cadeias da distribuição", critica a CNA num comunicado.
A CNA salienta que foram eliminadas mais de 40.000 explorações agrícolas entre 2009 e 2013, a população agrícola familiar sofreu um decréscimo de 15% e a agricultura perdeu 100.000 trabalhadores entre 2012 e 2014.
Além disso, "cerca de 94% das explorações agrícolas de pequena e média dimensão não conseguiram aceder às medidas de apoio" do PRODER, que apoiou sobretudo os "chamados 'competitivos' -- aquele restrito grupo de privilegiados que metem ao bolso mais dinheiro público destinado à agricultura".
A CNA contesta ainda o "propagandeado" rejuvenescimento da agricultura, dizendo que a idade média dos agricultores aumentou entre 2009 e 2013 e muitos dos jovens que se instalaram estão agora com graves dificuldades em manter as suas explorações.