"O balanço da missão empresarial é extremamente positivo, superou as nossas expetativas. Há empresas que vão enviar amostras para as companhias canadianas com quem se reuniram", afirmou Sandra Silva, gestora de mercado da AEP.

A missão liderada pela AEP decorreu de 24 a 30 de maio, e contou com a presença de quatro companhias portuguesas de vários setores, do têxtil, agroalimentar e o metalomecânico.

Sandra Silva sublinhou ainda que "há potenciais negócios" para todas as empresas que integraram a missão, nos vários setores, mas agora "a mão está do lado das empresas", para que deem continuidade a todo este processo.

A AEP prevê futuramente organizar mais missões empresariais ao Canadá, abrangendo outras províncias.

A Fiorima, empresa dedicada à fabricação de peúgas (meias) e similares de malha, através do seu diretor de vendas, Marco Macedo, realçou que vão começar a trabalhar mais "intensamente" com o Canadá.

"A missão decorreu muito bem, as reuniões foram positivas já levamos alguns negócios na 'forja'. Vamos iniciar negócios com novos clientes porque já nos pediram amostras e já queriam fazer encomendas. Vamos começar a trabalhar mais intensamente com o Canadá", disse o responsável.

No entanto, para já, ainda é cedo para se saber qual "será o volume do negócio", situação que depende da aceitação do cliente canadiano ao produto.

Quem já leva do Canadá para Portugal um contrato rubricado é Adelina Lobo, diretora geral da Lobo Metal, empresa do Porto, na área da indústria de fundição de metais.

"Levo um contrato para moldes. Já são boas notícias. Podem não ser grandes quantidades, mas já é um contato. A minha vinda cá ao Canadá fui muito boa. Fico muito satisfeita com esta missão", frisou.

Os presuntos da A. Pires Lourenço e Filho, empresa de Castelo Branco na área agroalimentar, teve uma proposta de Montreal, empresa que solicitou a "exclusividade daquele produto no Quebeque", revelou Andreia Matos, assistente financeira e de vendas da companhia.

"Mais de metade das empresas que visitei pediram amostras, o que é muito bom, é sinal que temos potencial. Principalmente porque nos conseguimos posicionar na questão do preço mais inferior em relação ao presunto italiano e espanhol. Dá-nos logo uma vantagem", salientou.

O empresário luso-canadiano Wilson Teixeira foi 'a ponte' de ligação entre os empresários portugueses e canadianos explicou que as companhias portuguesas devem aperceber-se de que o Canadá não "oferece" só o seu mercado, mas é também uma ligação para os Estados Unidos.

"Este é um mercado em crescimento, com boas regras de protecionismo, de propriedade intelectual, e bastante interessado nos produtos portugueses", concluiu.

Oficialmente há 429 mil portugueses e lusodescendentes no Canadá, segundo os 'census' de 2011, mas calcula-se que existam cerca de 550 mil, estando a grande maioria localizada no Ontário.