Wall Street fecha em baixa influenciada por subidas do défice comercial e do preço do petróleo
A bolsa nova-iorquina fechou hoje em perda, com os investidores inquietos perante o forte agravamento do défice comercial e os preços do petróleo em franca subida.
© Reuters
Economia Bolsas
Os resultados definitivos da sessão indicam que o Dow Jones Industrial Average perdeu 0,79% (142,20 pontos), para as 17.928,20 unidades, e o Nasdaq 1,55% (77,60), para as 4.939,33.
O índice alargado S&P 500 recuou 1,18% para os 2.089,46 pontos.
"Com informação económica dececionante desde há dois meses, inquietamo-nos cada vez mais com a economia", afirmou Michael James, da Wedbush.
Deficitário cronicamente, o saldo das trocas externas dos EUA estabeleceu-se em março em 51,4 mil milhões de dólares, corrigido das variações sazonais, o que representou um aumento de 43,1% em relação a fevereiro.
Este aumento acentuado do défice, suscitado por um aumento histórico das importações, em 7,7%, enquanto as exportações estagnaram, ao subirem 0,9%, surpreendeu os analistas, que o atribuíram à valorização do dólar.
Uma das consequências deve ser a da revisão em baixa do produto interno bruto no primeiro trimestre, cuja primeira estimativa, divulgada na semana passada, foi de 0,2%.
Um fator suplementar de inquietação para os investidores, ainda segundo James, veio do petróleo, cujo preço ultrapassou os 60 dólares por barril. "É muito complicado para a indústria dos bens de consumo e as companhias aéreas", sublinhou.
"Estamos a começar a ter medo do risco de inflação" devido à subida do custo de energia, comentou por seu lado Jack Ablin, da BMO.
Com uma subida de cerca de 39% no preço do barril do 'light sweet crude' (WTI) desde meados de março, há razões de inquietação com a possibilidade de os consumidores gastarem menos durante este verão, adiantou Ablin.
De forma mais geral, Alan Skrainka, da Cornerstone Wealth Management, afirmou que "muitos indicadores mostram que o crescimento arrefeceu e que as previsões de lucros para o segundo trimestre são talvez demasiado elevadas".
Por outro lado, os rendimentos das obrigações do Tesouro dos EUA e da Alemanha subiram, o que pode atrair os investidores, "e é por isso que há agora pressão sobre o mercado acionista".
A boa notícia do dia para os investidores é que o índice ISM sobre a atividade nos serviços em abril, que aumentou mais do que previsto, não chamou a atenção, porque representa na conjuntura apenas uma "exceção" num conjunto de estatísticas dececionantes, adiantou James.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com