Câmaras de Comércio portuguesas querem certificação do Estado
As Câmaras de Comércio Portuguesas que participam hoje e terça-feira na sua IV reunião anual, em Nova Iorque, nos EUA, reivindicam a certificação oficial do estado português.
© Reuters
Economia CIEP
"É fundamental que o Governo de Portugal tenha alguma forma de reconhecer as Câmaras do Comércio que existem no mundo", disse à agência Lusa o presidente da Confederação Internacional dos Empresários (CIEP), a instituição que coordena a rede de 36 Câmaras de Comércio Portuguesas localizadas em 23 países.
Bruno Bobone acredita que esta certificação é crucial devido à própria atividade das instituições.
"É muito importantes que [as instituições] se possam apresentar nos seus mercados como representantes da economia portuguesa. Serem reconhecidas como tendo, de facto, um poder de representação", defendeu.
O presidente da CIEP adianta também que a certificação tem a ver com a credibilidade do próprio estado português.
"Ao reconhecer uma câmara, Portugal tem oportunidade de validar que é credível e formada por pessoas capazes e úteis. Se não houver esta certificação, o que pode acontecer é uma câmara criada por alguém que não tem essa credibilidade e que acaba por deixar o país mal representado no mundo", explicou.
O vice-primeiro-ministro português, Paulo Portas, esteve presente no primeiro dia do encontro e reconheceu esta reivindicação.
"Temos consciência de que temos pela frente a questão da regulação das câmaras", disse o responsável, deixando "uma palavra de elogio ao trabalho feito e um incentivo ao trabalho que ainda podem fazer."
"As Câmaras de Comércio são, evidentemente, uma força avançada naquilo que é o trabalho essencial de colocar empresas a falar com outras empresas, colocar quem quer vender em contato com quem pode comprar e organizar a formação de parcerias. São agregadoras da força empresarial e simplificadoras da relação com os outros mercados", defendeu Paulo Portas.
Bruno Bobone acredita que o primeiro passo para esta certificação foi dado hoje, com o anúncio da criação de um prémio anual dirigido a estas câmaras.
"É já uma demonstração de interesse. Premiar as câmaras é uma forma de reconhecimento até chegar o dia em que haja uma forma de certificação", defendeu.
Estes prémios serão atribuídos pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), instituição com quem as Câmaras de Comércio trabalham de forma regular.
"A AICEP representa o Estado português de uma forma política e pública. As câmaras têm a visão privada dos mercados em que estão incluídas. Nasceram a partir de empresários que têm as suas redes e conhecimentos, coisas que a AICEP não pode ter porque é uma instituição pública", disse o presidente da CIEP.
Para Bruno Bobone, o trabalho destas câmaras e da AICEP tem de acontecer de forma complementar.
"Isso é necessário para sermos muito mais eficazes naquilo que queremos fazer, que é garantir a internacionalização da economia portuguesa", afirmou.
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