"É preciso fazer uma escolha. O que o Partido Socialista não pode fazer é dizer que não quer austeridade e, ao mesmo tempo, ir afirmando que não fará nada fora do quadro das imposições de austeridade da União Europeia", disse Catarina Martins, que falava à Lusa ainda antes de ser anunciado o cenário macroeconómico do PS, um estudo de um grupo de economistas intitulado "Uma década para Portugal".
Para Catarina Martins, que hoje visitou à Universidade Sénior do Seixal, no distrito e Setúbal, o que se prova na Europa, tanto com a experiência grega mas também com a experiência francesa é que não há nenhum programa para acabar com a austeridade.
A porta-voz do BE defende a reestruturação das dívidas soberanas para pôr fim à austeridade e diz que essa via tem sido adiada pela União europeia.
"A finança está a sangrar a economia dos países e, portanto, a restruturação das dívidas não pode ser mais adiada", disse, acrescentando que "não é possível ter políticas de crescimento aceitando as lógicas do Pacto de Estabilidade e dos programas de ajustamento, ou seja, da austeridade imposta pela via da União Europeia, pela via do Tratado Orçamental".
A porta-voz do BE disse ainda que o PS terá de decidir se "quer continuar as políticas de austeridade, ou se, pelo contrário, quer políticas de crescimento e de emprego".
"Tenha a coragem de exigir uma reestruturação da dívida pública e de desvincular o nosso país do Tratado Orçamental. Não se pode prometer o fim da austeridade e continuar a aceitar toda austeridade imposta pela Comissão Europeia", disse.