No comentário semanal na TVI 24, Marcelo Rebelo de Sousa concordou que a posição da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) vem “dar força às ações em tribunal” interpostas pelos clientes lesados pela compra de papel comercial do GES nos balcões do BES, até porque têm aumentado o número de manifestações desde que o regulador saiu em sua defesa.
Em todo o caso, o professor relembra que a posição da CMVM está protegida pelas declarações iniciais do Banco de Portugal e do Novo Banco. Ambos colocaram nos sites comunicados a dizer que assumiam “responsabilidades” e, na opinião do social-democrata, em direito esta questão tem valor.
Contudo, ainda não há um acordo fechado. Depois de todas as questões relacionadas com o Novo Banco, o ex-ministro acredita que há “um custo reputacional” que pode ser prejudicado com esta desresponsabilização.
“O Novo Banco vai ser vendido”, desta forma, caso seja bem vendida, a venda é benéfica para Portugal, pelo que é importante manter uma boa reputação.
Os chineses estão entre os favoritos para vencerem a corrida à compra do Novo Banco, mas Marcelo Rebelo de Sousa apresenta uma situação irónica. Quem acelerou a tomada de posição dos chineses na EDP e na REN foi o BES, que tornou os investidores nos “donos disto tudo”.
Ironicamente, acrescenta, “os velhos donos disto tudo, em termos de grupo, abriram o caminho, provavelmente não pensando que dele iriam sair, àquilo que foi depois a presença chinesa” em Portugal.