A regulação do Banco de Portugal (BdP) demonstrou-se insuficiente na previsão dos problemas do BPN, BPP e mais tarde, do BES. O supervisor não conseguiu detetar as grandes irregularidades. Comparando a 2008, o BdP está hoje mais minucioso, mas ainda assim não foi eficaz ao prever o colapso do segundo maior banco privado português.
Quando em setembro de 2008, a queda do Lehamn Brothers aconteceu que levou a uma crise bancária com consequências devastadoras, em que várias instituições bancárias declaram-se insolventes, semanas depois o “efeito dominó” chegou a Portugal. O BPN foi nacionalizado, o BPP declarou falência e a CGD ajudou a salvar a Finantia, ao emprestar 200 milhões de euros.
Passados seis anos, o Estado viu-se obrigado a recapitalizar o Banif em 1.100 milhões, tornando-se acionista de controlo. Mas foi a 3 de agosto de 2014, que Portugal assistiu à queda do BES, que foi salvo pelo Fundo de Resolução com 3.900 milhões de euros.
A questão que surge com estes problemas é: a supervisão bancária funciona em Portugal? Segundo o Público, a resposta é sim... e não. Sim, porque as novas regras europeias são mais estritas e Carlos Costa tem agora equipas em permanência nas instituições. Mas não, porque a supervisão voltou a falhar, ao não antecipar a queda do BES.
Atualmente, o BdP tem vindo a recrutar muitos quadros da nova escola financeira com convívio fácil com os auditores, as agências de rating e a banca de investimentos.
Mas o regulador acabou por funcionar como detetor de problemas em alguns casos, mas não como seu corretor.
A tese que se coloca centra-se: Se a supervisão visa impedir as falências bancárias, mas não é capaz de o fazer, então para que serve o BdP?