Bruxelas quer acordo antes de dia 24, mas não fala em 'ultimato'
A Comissão Europeia afirmou hoje que seria bem-vindo um entendimento com a Grécia antes do Eurogrupo de dia 24, data em que se espera um acordo preliminar, mas recusou falar em qualquer 'ultimato' dado a Atenas.
© Reuters
Economia Grécia
Na quarta-feira, reuniu-se em Bruxelas o grupo de trabalho do Eurogrupo, com os números 'dois' dos ministros das Finanças da zona euro, para preparar a reunião do Eurogrupo que se realiza em Riga a 24 de abril e que se focará na situação da Grécia e no plano de reformas a adotar pelo país.
Apesar do diário grego Kathimerini ter noticiado que os parceiros europeus fizeram um 'ultimato' de seis dias à Grécia para apresentar novas propostas em termos de finanças, pensões e legislação laboral, o porta-voz da Comissão Europeia recusou hoje comentar essa informação.
"Estamos a trabalhar com as outras instituições e as autoridades gregas. Há progressos e prevemos que haja mais nos próximos dias e nas próximas semanas", disse apenas Margaritis Schinas, em conferência de imprensa em Bruxelas.
Atenas está desde fevereiro - quando foi prolongado o atual programa de resgate, até junho - em negociações com o chamado Grupo de Bruxelas (Comissão Europeia, Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional, os ex-'troika', e Mecanismo Europeu de Estabilidade) sobre as reformas a adotar no país que permitam desbloquear ajuda financeira.
A semana passada, o governo liderado por Alexis Tsipras apresentou uma nova lista com medidas, mas para já as posições de ambas as partes ainda estão distantes pelo que as negociações deverão prolongar-se, sendo então esperado um acordo preliminar apenas a 24 de abril.
O porta-voz da Comissão Europeia repetiu hoje que o objetivo é "adotar com as instituições até final de abril uma lista completa de reformas específicas", recordando que o próximo passo importante é a reunião informal dos ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo).
No entanto, acrescentou Schinas, "logicamente que tudo o que venha antes de dia 24 será bem-vindo".
A Grécia, que não recebe qualquer apoio financeiro dos credores oficiais desde agosto passado, está a ficar com os cofres públicos vazios.
Na reunião de quarta feira entre os técnicos do Eurogrupo, o representante grego, Nikos Theojarakis, disse que o Estado consegue cobrir as suas necessidades financeiras precisamente até 24 abril.
Depois de hoje ter pago 450 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional por um empréstimo, este mês Atenas tem ainda de amortizar (a 15 de abril) uma emissão de mil milhões de euros de dívida a três meses, além de fazer face a salários e pensões.
Questionado hoje sobre até quando Atenas terá dinheiro, o porta-voz do executivo comunitário recusou abordar o tema, considerando "especulação".
Para que a Grécia receba fundos da última fatia do programa de resgate (de 7,2 mil milhões de euros) deverá ser necessário não só um acordo sobre as reformas, como a sua adoção pelo Parlamento grego para as pôr em marcha.
Pode vir a receber com mais rapidez os 1900 milhões de euros que reclama ao Banco Central Europeu, de lucros feitos pelos bancos centrais nas operações com divida pública do país.
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