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Taxas de juro negativas serão problema para seguradoras a longo prazo
O presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões afirmou hoje que a questão das taxas de juro negativas será um problema para as seguradoras a longo prazo e que estará atento ao mercado nesta matéria.
© Reuters
Economia ASF
José Almaça, que esteve na Comissão do Orçamento, Finanças e Administração Pública para dar a conhecer aos parlamentares o desempenho da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) em 2014 e os desafios para este ano, adiantou que, a curto prazo, as taxas de juro baixas ou negativas "não são um problema para o setor porque os ativos atuais respondem bem pelas responsabilidades".
A questão, segundo o presidente da ASF, "é no longo prazo", na medida em que as seguradoras, principalmente no ramo Vida (que inclui seguros de vida, por exemplo), não terão forma de apresentar produtos atrativos devido às taxas de juro negativas, um problema que já se está a colocar na Alemanha.
O deputado João Galamba, do PS, perguntou a José Almaça se existia alguma ligação entre o resgate de Planos Poupança Reforma (PPR), que subiu exponencialmente para 85%, e o pagamento do crédito à habitação, ao que o supervisor respondeu que poderia haver uma ligação direta.
Segundo dados da ASF, o número de PPR resgatados aumentou de 20.483 em 2013 para 37.790 no ano passado, mas em termos de montantes este produto cresceu 8% porque conseguiu atrair alguns aforradores que trocaram as baixas taxas nos depósitos bancários por aplicações de PPR.
Os PPR fecharam o ano com 14 mil milhões de euros de ativos, o que José Almaça classificou como um voto de confiança dos consumidores no setor: "Não temos memória de uma seguradora entrar em incumprimento", sendo que "face aos depósitos, os PPR têm vindo a crescer todos os dias, ainda que já quase não existam benefícios fiscais".
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