"O La Caixa é uma fotografia do Grupo Espírito Santo"

Avelino de Jesus e José Poças Esteves são responsáveis por um estudo, encomendado por Ricardo Salgado, sobre o impacto da crise internacional na economia lusa. Defendem que o país precisa de grandes instituições financeiras, mas questionam a entrada do La Caixa em Portugal.

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© Reuters

Notícias Ao Minuto
01/04/2015 08:49 ‧ 01/04/2015 por Notícias Ao Minuto

Economia

Estudo

Depois de, em 2014, o BES ter sido resolvido na sequência dos problemas verificados no GES, levando a prejuízos históricos de 3,6 mil milhões de euros, o governador do Banco de Portugal defendeu que era preciso impor limites aos conglomerados.

Porém, neste momento, o grupo Fosun, por exemplo, mas também o La Caixa, competem pelo controlo do Novo Banco. Estas instituições têm o mesmo perfil do GES. Esta é a versão defendida por Avelino de Jesus e José Esteves Poças, dois responsáveis da SAER, encarregados por Ricardo Salgado de fazer um estudo sobre o impacto da crise mundial na economia portuguesa, indica o Diário Económico.

Os dois economistas defendem que a economia portuguesa poderia beneficiar de conglomerados mistos, ou seja instituições financeiras que têm um perfil diversificado, investindo simultaneamente na banca, mas também noutros setores.

“O La Caixa [maior acionista do BPI e candidato à compra do Novo Banco] é uma ‘fotografia’ do Grupo Espírito Santo. Enquanto em Espanha se defenderam os conglomerados, em Portugal foram atacados”, refere Poças Esteves em entrevista ao Económico. “Até pelas empresas que controlam. O La Caixa está na Telefónica, na saúde e noutros setores”, refere Avelino de Jesus.

Os economistas defendem que as iniciativas levadas a cabo pelo Banco de Portugal durante a crise financeira podem ter prejudicado o BES, dando a ideia que forçaram o colapso de uma instituição que poderia continuar a ter um papel importante na economia lusa.

“O ‘ring-fencing’ podia separar as atividades financeiras das não-financeiras, mas não podia deixar de ter em consideração que o GES era um conglomerado misto”, defendem, explicando que “aparentemente há risco de contágio nos bancos de conglomerados mistos, mas na prática o risco é maior nos outros bancos, porque nos conglomerados há diversificação de negócios”.

Para Poças Esteves “no caso GES/BES aquele edifício estava feito com aquela arquitetura e quando se quis desmontar o edifício não se percebeu isso”, ou seja, que tinha de haver um equilíbrio entre as atividades levadas a cabo pela instituição. 

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