Contra os pareceres internos e as recomendações europeias, a Metro de Lisboa desmantelou um sistema de segurança e condução automática, o ATP/ATO (‘Automatic Train Protection/Automatic Train Operation), avaliado em 20 milhões de euros.
Segundo a informação avançada esta terça-feira pelo Jornal de Notícias (JN), a empresa mandou retirar o sistema das paredes e dos comboios responsáveis pela circulação da Linha Vermelha, que liga a estação de São Sebastião à do Aeroporto.
O desmantelamento deste sistema deveu-se à falta de disponibilidade da Metro de Lisboa em estendê-lo até à última estação da linha, recomendação que consta nos relatórios elaborados internamente.
Agora, escreve o mesmo jornal, a segurança da circulação na Linha Vermelha está a cargo do Dispositivo de Travagem Automática de VIA (DTAV), mecanismo que tem já 37 anos e que funciona de forma “pontual” para casos de “excesso de velocidade”.
A eficácia deste sistema é colocada em causa por um dos técnicos do Metro de Lisboa que, ao JN, disse não ter sido eficaz no momento em que um dos maquinistas embateu contra o paredão.
“O DATV é um controlo pontual para o excesso de velocidade. Mas não impediu a colisão, por exemplo, que aconteceu recentemente no Aeroporto e que deixou o comboio tipo acordeão. A empresa ocultou as imagens, porque o maquinista estava cansado e acelerou na saída da estação do aeroporto. Acabou por embater no paredão porque não havia nenhum sistema de travagem”, relata o técnico, que não foi identificado pelo jornal.