"Carlos Costa omitiu informação e explicação é extraordinária"
O facto de o governador do Banco de Portugal não ter informado a CMVM do que se passaria com o BES levou a que muitos acionistas fossem prejudicados, já que as ações continuavam a ser negociadas em bolsa.
© Global Imagens
Economia Silva Pereira
Pedro Silva Pereira ficou perplexo com a explicação "simplesmente extraordinária" dada pelo governador do Banco de Portugal (BdP) para o facto de não ter informado a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) das operações que estavam a ser preparadas na sequência do colapso do Banco Espírito Santo (BES).
“Não ia, obviamente, dizer à CMVM que ia haver resolução porque isso é da competência do Banco de Portugal”, alegou o governador, ao que o socialista responde, no artigo de opinião que assina às sextas no Diário Económico, “o que é óbvio, porém, é exatamente o contrário: ter competência para tomar decisões não isenta ninguém do dever de comunicar relevantes para defesa do mercado”.
Silva Pereira refere-se desta forma à instauração de 80 processos de averiguação por suspeitas de acesso a informação privilegiada por parte de alguns acionistas do BES, que se apressaram a vender as suas ações nas vésperas da resolução aplicada ao banco.
Com esta omissão, entende o antigo ministro, Carlos Costa “impediu que fossem tomadas as medidas necessárias para assegurar a defesa do mercado e a proteção dos interesses dos investidores. A consequência sabe-se hoje qual foi: enquanto uns perderam tudo em poucos minutos, outros souberam o suficiente para ainda salvar muitos milhões”.
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