O presidente da Euronext Lisbon, os ex-presidentes da Portugal Telecom ou o antigo líder do PSD são apenas alguns dos exemplos de pessoas cujas audições no inquérito parlamentar ao caso BES estavam previstas, mas que acabaram por ser canceladas, explica o Jornal de Negócios.
Fonte oficial da Euronext disse ao Negócios que a audição do presidente, Luís Laginha, não iria acrescentar muito mais ao que já havia dito.
“Os comentários que o nosso presidente tinha sobre o caso já os prestou (em entrevistas que deu) e sempre tendo por base o ponto de observação da bolsa”, sublinhou a mesma fonte.
Os ex-presidentes da PT, Murteira Nabo e Miguel Horta e Costa também acreditam que as suas idas à comissão parlamentar de inquérito não iriam acrescentar nada de novo ao processo, uma vez que aquando da sua passagem pela operadora as aplicações eram feitas no Banco Espírito Santo e não em outras empresas do universo Espírito Santo.
Em declarações o Negócios, Luís Marques Mendes disse que até gostaria de ter sido chamado a prestar declarações na comissão. “Se fosse à comissão iria com todo o gosto, até para matar saudades dos anos em que fui deputado”, explicou, lembrando que a sua audição seria sobre o “facto de ter antecipado, no dia 2 de agosto na SIC, o que iria acontecer ao BES”.
Em sentido oposto encontramos a Deco que considera que deveria ter sido chamada para ser ouvida na comissão parlamentar.
“Deveríamos ter sido ouvidos na medida em que, aquando do rebentamento do escândalo, imediatamente a Deco disponibilizou, em agosto de 2014, um formulário de denúncia online para os pequenos acionistas e investidores lesados pelo BES, permitindo-lhes melhor expor a sua situação particular”, explicou ao Negócios Ana Tapadinhas, a adjunta do secretário-geral da associação.