"Hoje, estamos numa fase final do plano de ação [para a reserva da biosfera Gerês-Xurês] que vai ser aprovado durante o mês de abril e que envolve um investimento global, dos dois lados da fronteira, de 13 milhões de euros", revelou o secretário de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza, no final da primeira cimeira do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galiza - Norte de Portugal (AECT-GNP).

Miguel Castro Melo assinalou que neste momento "o trabalho que está a ser desenvolvido é encontrar as fontes de financiamento que permitam materializar este investimento", estando já identificados os eixos estratégicos do plano de ação e os objetivos específicos a serem "enquadrados nos eixos prioritários" do próximo quadro comunitário de apoio.

"Acreditamos que a reserva da biosfera Peneda-Gerês irá muito em breve conseguir arrancar com a sua execução do plano de ação que será aprovado e será um exemplo do que pode ser feito em termos de valorização da conservação da natureza em prol dos territórios de baixa densidade, mas também um exemplo de cooperação transfronteiriça", realçou.

O plano de ação reserva da Biosfera Gerês-Xurês 2015-2020 contempla quatro eixos estratégicos: imagem e identidade da reserva da biosfera transmontana, desenvolvimento socioeconómico, conservação da natureza e participação social e integração da comunidade.

"Esta aposta na reserva da biosfera assenta, do lado português, no parque nacional Penêda-Gerês que acreditamos que pode ser um exemplo nacional e transfronteiriço de como uma área protegida pode alavancar o desenvolvimento económico sustentável", destacou o governante.

Para além de trabalhar o plano de ação do Gerês-Xurês, o grupo de trabalho que irá nascer da cimeira sobre o Ambiente de hoje irá "por um lado, trocar experiências aos vários níveis da gestão ambiental e, por outro, preparar projetos e candidaturas transfronteiriças aos fundos existentes e disponíveis", explicou o secretário de Estado do Ambiente.

"O novo quadro está a arrancar agora e, portanto, é a altura ideal para nos juntarmos e prepararmos candidaturas conjuntas", frisou Paulo Lemos, destacando ainda as áreas prioritárias de investimento nos dois lados da fronteira como o rio Minho e suas infraestruturas, a reabilitação dos centros históricos, a defesa da costa, o controlo de cheias e inundações e o ordenamento do território.

Lembrou ainda que "a Península Ibérica é considerada uma das zonas mais vulneráveis da Europa em termos de alterações climáticas, pelo que é necessário as regiões prepararem-se "para situações quer de avanço das águas na costa quer de escassez de recursos hídricos e situações de cheias".

A área ambiental assume-se assim como uma das "prioridades" do novo ciclo de financiamento comunitário "não só pelos riscos associados", mas também porque "é através da melhoria da qualidade de vida e dos recursos ambientais" que é possível tornar os "países mais competitivos e resilientes", disse.

A cidade espanhola de Vigo recebeu hoje a primeira cimeira do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galiza -- Norte de Portugal (AECT-GNP) na qual o Ambiente foi debatido enquanto área prioritária do plano de investimento comum.

A 31 de outubro de 1991 foi criada a Comunidade de Trabalho Galiza-Norte de Portugal, ao abrigo do protocolo Marco Europeu sobre a Cooperação Transfronteiriça entre Comunidades e Autoridades Territoriais do Conselho da Europa, de 1980. Este foi o primeiro passo no processo de criação da Agência de Cooperação Transfronteiriça em 2008.

[Notícia atualizada às 14:56]