Região de Coimbra contra privatização da recolha e tratamento de lixo
O presidente da comunidade intermunicipal da Região de Coimbra, João Ataíde, assume-se "frontalmente contra" a privatização da entidade responsável pela recolha e tratamento de lixos no litoral centro (ERSUC), frisando que o processo "não faz sentido nenhum".
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Economia Intermunicipal
"Os investimentos estão feitos, foram financiados por fundos europeus. Esse investimento não pode ser contabilizado no tarifário nem os privados podem ter qualquer ganho pela utilização desta rede. Ainda que houvesse necessidade de investimento? Mas não há. Se houvesse, ainda se podia dizer que o privado vai fazer porque o público não consegue, mas não. A estrutura está montada, isto é uma preocupação apenas de dar e gerar negócio", disse à agência Lusa João Ataíde.
De acordo com o também autarca da Figueira da Foz, a recolha e tratamento de lixo "é um negócio que mexe muito com serviço público primário e, nessa perspetiva, não há [na privatização] nenhuma visão planificadora da economia".
João Ataíde frisou que a atividade da ERSUC - Resíduos Sólidos do Centro (entidade pública participada em 51% pela Empresa Geral de Fomento e em 49% pelos municípios dos distritos de Aveiro e Coimbra que a integram, que serve um milhão de pessoas e trata, anualmente 430 mil toneladas de resíduos) é, "em si, uma partilha intermunicipal".
"Foi criada para gerir um problema de recolha e tratamento de lixo, através da EGF, onde o Estado investiu e fê-lo com êxito. Há qualidade no serviço e um tarifário aceitável. Então a que propósito é que se vai privatizar este serviço?", inquiriu o presidente da CIM Região de Coimbra.
Para João Ataíde, a privatização do capital da EGF "é uma verdadeira privatização".
"Nós aceitamos o sistema de concessão, controlado politicamente por nós, mas já não aceitamos este figurino. Porque, no final, tudo se reproduz num tarifário cuja fixação foge à entidade pública", argumentou.
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