Se consolidação se mantiver, desequilíbrios "vão diminuir"
O comissário europeu para o Euro, Valdis Dombrovskis, elogiou hoje o esforço de Portugal, destacando que "há de facto desequilíbrios macroeconómicos", mas que, se a consolidação orçamental se mantiver, esses desequilíbrios "vão diminuir".
© Reuters
Economia Valdis Dombrovskis
"Os esforços que o Governo português e que os portugueses fizeram para superar a crise financeira e económica tiveram resultados notáveis. Portugal é um dos países em que vemos que as reformas funcionaram e ajudaram [o país] a voltar a ter crescimento económico", afirmou Dombrovkis hoje em Bruxelas em entrevista à Lusa e a outros quatro meios de comunicação europeus.
O comissário europeu, que é também um dos vice-presidentes da Comissão Europeia, recordou que Portugal concluiu o seu "longo programa" de resgate em junho, "o que quer dizer que já não é um país sob programa".
Por isso, pela primeira vez, Bruxelas fez um relatório aprofundado sobre a economia portuguesa no âmbito do semestre europeu, que foi publicado na semana passada juntamente com os relatórios dos restantes Estados-membros.
"Há, de facto, desequilíbrios macroeconómicos em Portugal, mas isso não é, de maneira nenhuma, uma crítica ao Governo. É claro que Portugal está a sair de uma crise muito profunda e é claro que as consequências dessa crise ainda estão a ser sentidas", disse Dombrovskis, reiterando que "o que é preciso é assegurar que a recuperação económica continua e conter essas consequências".
O responsável analisou também as finanças públicas, recordando que Portugal passou de um défice de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 para um défice que a Comissão estima que será de 3,3% este ano, caindo abaixo dos 3% em 2016 (saindo nessa altura do Procedimento dos Défices Excessivos).
Na semana passada, Bruxelas colocou Portugal sob "monitorização específica" por desequilíbrios económicos excessivos e criticou a estratégia de consolidação orçamental seguida, considerando que assenta em fatores cíclicos e que "não facilita" o cumprimento dos objetivos de médio prazo.
No entanto, agora Dombrovskis reconheceu que "há um nível de dívida muito alto" e que "essa foi uma das razões pelas quais a Comissão considerou que Portugal tem de resolver os desequilíbrios macroeconómicos", mas apresentou uma visão mais otimista.
"Se a trajetória [de consolidação orçamental] atual continuar, é bastante claro que os desequilíbrios macroeconómicos vão diminuir", disse o comissário europeu para o Euro.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com