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"Inação" do Governo pode causar 14 milhões de prejuízos a produtores

A Federação Nacional das Cooperativas de Leite e Laticínios (Fenalac) advertiu hoje que a "inação" do Governo português no âmbito da aplicação da nova Política Agrícola Comum poderá causar prejuízos de 14 milhões de euros aos produtores de leite.

"Inação" do Governo pode causar 14 milhões de prejuízos a produtores
Notícias ao Minuto

16:17 - 20/02/15 por Lusa

Economia Leite

Em comunicado, a Fenalac explica estarem em causa as novas regras dos pagamentos diretos da Política Agrícola Comum (PAC) a partir de 2015, cujos "pormenores finais" de implementação ainda se encontram em fase final de acerto mas que, entre outros princípios, faz depender o pagamento de um "envelope específico" de verbas aos agricultores -- equivalente a 30% do pagamento base de cada beneficiário - do respeito por um conjunto de práticas ambientais como a diversificação de culturas e a manutenção de uma área de interesse ecológico.

No caso dos sistemas culturais habituais na produção de leite, a regulamentação comunitária prevê que os produtores poderão solicitar a isenção dessas regras caso mais de 75% da superfície arável da exploração seja ocupada com culturas herbáceas forrageiras na maior parte do ano.

Assegurando que os produtores portugueses cumprem a legislação comunitária, "pois é usual a prática dessas culturas herbáceas", a federação alerta, contudo, que a intenção de efetuar os respetivos controlos 'in loco' entre maio e julho "inviabiliza a confirmação de tais práticas, uma vez que tais culturas se encontram no terreno entre outubro e abril (outono-inverno)".

"Apesar de todos os nossos esforços de sensibilização dos serviços do Ministério da Agricultura e do Mar [MAM], não constatámos nenhum movimento concreto no sentido de apresentação desta especificidade nacional em Bruxelas, ao contrário de outros Estados-membros e regiões, os quais fizeram valer os seus argumentos, nomeadamente a Espanha, a Itália, os países bálticos e a Escandinávia", sustenta.

Isto apesar de, garante, ser já "dado como adquirido nos meios comunitários que haverá flexibilidade no período de controlo 'in loco' e nas respetivas normas, de forma a contemplar condições regionais particulares, desde que tais sejam devidamente comunicadas e explicitadas".

Alertando que se nada for feito "em tempo útil" os produtores de leite ficarão sujeitos a "penalizações potenciais muito significativas", a Fenalac cita "cálculos do próprio MAM" para avançar que, apenas nas duas bacias leiteiras do entre Douro e Minho e da Beira litoral, num total de 719 unidades produtivas, estas penalizações ascendem a 14 milhões de euros.

"Seria trágico somar à dificílima conjuntura de mercado setorial uma perda tão substancial de fundos comunitários e de forma deveras inglória, decorrente da inércia dos serviços do MAM", sustenta a federação, para quem "a devolução de verbas a Bruxelas, devido a questões administrativas e burocráticas, consubstanciaria uma falha grave na defesa dos interesses nacionais".

Neste contexto, a Fenalac apela à "intervenção decidida" da ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, que poderá solucionar esta questão.

É que, sublinha, "uma matéria de caráter político não pode ficar condicionada a questões de comodismo burocrático e administrativo dos serviços".

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