Presidente do banco BIC descarta compra do BFA angolano

O presidente do Conselho de Administração do banco BIC afirmou hoje que não está em cima da mesa a aquisição, pela instituição, do Banco de Fomento Angola (BFA), no âmbito da OPA dos espanhóis CaixaBank ao BPI.

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Lusa
20/02/2015 10:24 ‧ 20/02/2015 por Lusa

Economia

OPA

Questionado pela Lusa, em Luanda, Fernando Teles classificou como especulativas as notícias que têm vindo a público, dando conta dessa possível aquisição e fusão de dois dos maiores bancos privados angolanos.

"Acho que é mesmo especulação. Para já, não está nada previsto", disse à Lusa o administrador do grupo angolano, que controla também o banco BIC português.

Ainda assim, e face à regra dos grandes riscos imposta pelo Banco Central Europeu, que afeta o BPI (maioritário na estrutura acionista do BFA), Fernando Teles não descarta o possível interesse da empresária Isabel dos Santos, diretamente ou através da operadora angolana Unitel, em reforçar a posição no BFA.

É que o regulamento comunitário obriga a que a exposição indireta em kwanzas do BPI ao Estado angolano e ao Banco Nacional de Angola (dívida pública) passem a ser objeto, para efeitos do cálculo dos rácios de capital do banco português, aos ponderadores de risco estabelecidos pelas regras europeias a partir de 01 de janeiro de 2015 e à constituição de provisões.

Fernando Teles admite que o projeto do CaixaBank para o BPI - através da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada esta semana - poderá implicar a "consolidação" do banco em Portugal, sendo necessário um acionista que controle 55% do capital social do BFA para minimizar o cenário provocado pelas diretrizes comunitárias.

"Esse acionista pode ser eventualmente a Unitel ou a engenheira Isabel dos Santos", apontou Fernando Teles.

Uma alteração na estrutura acionista do BFA introduzida em 2008 teve como consequência a venda de 49,9% do capital daquele banco, pelo BPI, à Unitel, empresa participada pela empresária Isabel dos Santos.

Por sua vez, Fernando Teles é dono de 37,5% do banco BIC, a que se junta mais 5% que tem distribuídos pelos restantes administradores. Esta parcela totaliza 42,5%, o mesmo valor atribuível à empresária Isabel dos Santos no banco angolano.

O banco espanhol CaixaBank anunciou na terça-feira uma OPA à maioria do capital do BPI por 1,329 euros por ação, num total de 1,082 mil milhões de euros.

O CaixaBank é já o maior acionista do BPI, contando com quatro membros no Conselho de Administração do banco português, seguindo-se a empresária angolana Isabel dos Santos, através da Santoro, com 18,6%, e o Grupo Allianz, com 8,4%.

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