A queda do Grupo Espírito Santo (GES) trouxe para a imprensa o nome de várias holdings do grupo que, habitualmente, escapavam ao ‘radar’ mediático. Mas só mais recentemente se ficou a conhecer a ES Enterprise, uma empresa que o Público apresentou em novembro como possível ‘veículo’ do GES para pagamentos não documentados. Agora, o jornal i revela o primeiro nome de um dos beneficiários de contratos com a ES Enterprise.
Helder Bataglia, presidente da ESCOM, terá recebido, em 2005, pelo menos 7,5 milhões de euros por parte desta ES Enterprise. O i, que teve acesso à informação que constava numa carta enviada por Bataglia a Fernando Negrão, presidente da comissão parlamentar e inquérito ao caso BES e GES, adianta que Bataglia recebeu o dinheiro na Suíça, onde tem residência fiscal.
No Parlamento, Bataglia realçou que considerou sempre que a ES Enterprise fosse “uma empresa de investimento do GES”, tendo assumido que o contrato que tinha com a empresa dizia respeito ao pagamento de comissões relacionadas com negócios no sector energético.
Além dos 7,5 milhões de euros, Bataglia poderá ter recebido mais 2,5 a 10 milhões “devido a título de prémios de resultados”, cita o mesmo jornal, explicando que Bataglia não discriminou a Fernando Negrão o exato valor recebido.
Ainda assim, relativamente às funções que terá desenvolvido para o GES, inclui-se o ajudar na aquisição de direitos de exploração “de qualquer tipo de minério no território do Congo”, país onde também deveria procurar e negociar investimentos mobiliários, além de procurar parceiros no sector bancário para que a ES Enterprise alargasse o “âmbito do seu setor financeiro em África”, explica ainda o jornal i.