"Em Portugal não há lucros excessivos no setor farmacêutico"
O CEO da Bial, António Portela, falou ao Dinheiro Vivo sobre o atual momento da Saúde e em particular do setor farmacêutico em Portugal.
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Economia António Portela
António Portela é bisneto do fundador da Bial e desde 2011 que é o CEO desta farmacêutica com origens portuguesas. Em entrevista ao Dinheiro Vivo, o gestor falou sobre o atual momento da saúde em Portugal.
Sobre o setor farmacêutico em Portugal, António Portela não considera que tenha havido “lucros excessivos”. Na verdade, “houve uma contração fortíssima do mercado nacional, que reduziu mais de 30% nos últimos quatro ou cinco anos”, alerta o gestor de uma empresa que em 2014 faturou cerca de 200 milhões e que vai manter a aposta na investigação e inovação, que ronda os 20% da faturação anual.
“Na indústria farmacêutica, em cada dez medicamentos alcançados no mercado, só quatro é que se conseguem pagar a si próprios”, razão pela qual alerta para o que considerou cortes a mais num setor onde não vê “rendas excessivas”.
Ainda assim, e comentando os casos recentes que envolveram pacientes de Hepatite C à espera que o Governo negociasse com outra farmacêutica, Portela para a importância de haver “bom senso e equilíbrio”, sem que tal deixe de pagar “a inovação e o risco” corrido pelas farmacêuticas na investigação.
Sobre o atual momento do Serviço Nacional de Saúde, o líder da Bial acredita que Paulo Macedo assumiu o cargo de forma meritória, e num momento difícil, em que houve uma “necessidade inevitável de fazer ajustes”. Na sua perspetiva, “é inevitável que tenhamos perdido alguma qualidade”. Mas não “alinha pelo exagero”: Portugal poderia “ter ido mais longe nas reformas”, considera.
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