Meteorologia

  • 29 MARçO 2024
Tempo
15º
MIN 8º MÁX 15º

Clientes lesados acusam Banco de Portugal de falta de soluções

A Associação Indignados e Lesados do Papel Comercial, que representa subscritores de dívida do Grupo Espírito Santo nos balcões do antigo BES, manifestou-se hoje junto ao Banco de Portugal, em Lisboa, reivindicando soluções para reaver o dinheiro investido.

Clientes lesados acusam Banco de Portugal de falta de soluções
Notícias ao Minuto

14:15 - 05/02/15 por Lusa

Economia BES

Os representantes dos manifestantes entraram no edifício do Banco de Portugal para pedir uma audiência ao governador, Carlos Costa, e mostraram-se dispostos a fazer uma vigília até serem recebidos. Um outro representante, Mário Gomes, disse que estavam a apelar ao governador para dar uma solução aos lesados pela subscrição do papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES).

"Há falta de informação, indiferença de tratamento, leviandade e falta de transparência por parte do Banco de Portugal", afirmou Mário Gomes, adiantando que o supervisor não propôs uma solução que garanta que o dinheiro seja devolvido, "embora exista uma provisão para esse efeito e esteja nas contas do Novo Banco".

Os manifestantes querem apelar junto de Carlos Costa para "um flagelo económico-social para muitas famílias e que poderá culminar em tragédias sociais", segundo o vice-presidente da associação, Alberto Neves.

Alberto Neves, vice-presidente da associação, afirmou à Lusa que as pessoas presentes nesta manifestação "têm em comum o facto de terem sido coagidas de forma ardilosa pela rede comercial do então BES, hoje Novo Banco, no sentido de fazerem poupanças, convencidas que eram depósitos a prazo com taxa garantida".

Para o vice-presidente da associação recentemente constituída, as pessoas, entre setembro de 2013 e 14 de fevereiro de 2014 "foram convidadas, enganadas a subscreverem produtos do Grupo Espírito Santo cujas contas estavam adulteradas", acrescentando que Carlos Costa "e as entidades reguladoras tinham já conhecimento de tudo isto e nada ou pouco fizeram para que não continuassem a ser comercializados os produtos".

Mário Gomes disse ainda que o que está em jogo "é a credibilidade da banca e a confiança nos bancos" e que várias pessoas "confiaram nos gestores, confiaram na banca e, de um momento para o outro, vêem-se privados de um dinheiro que era essencial para a doença, para o resto da sua vida. Há aqui pessoas com mais de 80 anos de idade e que não podem estar muito mais tempo à espera".

Para este manifestante "há um impasse entre o Banco de Portugal e o Novo Banco porque o supervisor não autoriza que haja uma solução coerente para todos". Mário Gomes argumenta que quem investiu no papel comercial do GES "são pessoas altamente conservadoras do ponto de vista do investimento e acabaram por ser sujeitas a uma burla".

Já José Ferreira, um manifestante de Lamego, afirmou haver "um pingue-pongue entre o Banco de Portugal e o Novo Banco", acrescentando que foram "completamente vigarizados, porque sabiam à partida que não ia ser pago".

António Nogueira, de Nelas, adiantou à Lusa que nunca soube "se a aplicação era papel comercial, se era Rioforte ou lá o que era! Para mim era uma aplicação supostamente segura e acreditei no banco...o Banco de Portugal tem toda a responsabilidade porque se há uma provisão, não estamos a mendigar nada".

O governador do Banco de Portugal foi o alvo do protesto, durante o qual alguns manifestantes exibiam cartazes dizendo "Carlos Costa, amigo de Salgado, devolve o que é nosso. Ganhem vergonha".

A 03 de agosto passado, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.

Recomendados para si

;

Receba as melhores dicas de gestão de dinheiro, poupança e investimentos!

Tudo sobre os grandes negócios, finanças e economia.

Obrigado por ter ativado as notificações de Economia ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório