Ex-presidente da Portugália culpa sindicatos por falta de crédito
O ex-presidente da Portugália, João Ribeiro da Fonseca, defende que a TAP é uma empresa "muito difícil de gerir", devido à "força extraordinária dos sindicatos", que acusa de serem os responsáveis pelas dificuldades da companhia em obter financiamento.
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Economia TAP
"Como é que se podem assumir compromissos num mundo que não é dominado por quem os assume", questionou em entrevista à Lusa, explicando que, no caso da TAP, é a administração que vai à banca ou aos mercados negociar os empréstimos, mas são os sindicatos que mandam.
O presidente da assembleia da Associação Portuguesa de Transporte e Trabalho Aéreo (APPTA) advoga que a TAP tem falta de crédito devido às greves e sucessivas ameaças de paralisação, porque "a instabilidade é inimiga" do crédito.
Ribeiro da Fonseca considerou que "a vida da TAP foi sempre complicada", acrescentando que "a situação tem-se vindo a agravar no passado recente, por várias razões, e há hoje mais agressividade dos sindicatos".
"A TAP, por razões mais políticas do que outras, tornou-se um bastião de corporativismo ao longo dos anos, desde o 25 de Abril e hoje é a consequência disso. É uma empresa certamente muito difícil de gerir, controlada por um conjunto de vetores cuja capacidade negocial é significativa", declarou.
Para o gestor, os sindicatos adquiriram "uma força extraordinária" dentro da TAP, problema que também pode ser resolvido com a entrada de capital privado na companhia aérea nacional, o que considera imperativo para a sobrevivência da transportadora.
Em novembro, o Governo decidiu relançar o processo de privatização da TAP, suspenso em dezembro de 2012, optando pela venda direta em duas fases -- a primeira de até 66% do capital para avançar de imediato, devendo estar concluída ainda no primeiro semestre de 2015.
O relançar do processo levou os 12 sindicatos representativos dos trabalhadores a convocarem quatro dias de greve, entre o Natal e o Ano Novo.
Na véspera de Natal, nove sindicatos chegaram a um acordo com o Governo, e os restantes três, que dizem representar mais de metade dos trabalhadores sindicalizados, mantiveram o protesto, que acabou por não ter impacto na operação devido à requisição civil decretada pelo Governo.
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