A possibilidade de Portugal entrar em deflação – descida prolongada e sustentada dos preços de bens e serviços - é cada vez menos uma miragem e cada vez mais um cenário passível de se verificar.
Numa análise realizada pelo Expresso, que tem por base os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), verifica-se que a economia portuguesa teve uma inflação média anual negativa, ficando nos 0,3%. Porém, o cenário é um pouco mais negro se atendermos a que, em dezembro, a quebra homóloga foi de 0,4%.
Esta ‘tendência’ é negativa porque, explica o semanário do grupo Impresa, tem impacto sobre o consumo – as pessoas esperam que os preços baixem ainda mais para consumir –, afetando, por inerência, o investimento – procura estagnada -, mas também as empresas, que correm maior risco de falência, e, consequentemente, o emprego.
Numa análise a 93 categorias de bens e serviços, verifica-se que os combustíveis, os produtos eletrónicos e também os bens alimentares registaram quedas de preço significativas. ‘Combustível e lubrificantes para equipamento para transporte pessoal’ sofreu uma queda de -14,2%, e as férias, por exemplo, registaram uma quebra de -11,5%.
Em contraciclo estiveram os serviços postais, a cerveja, o saneamento básico, o peixe e o preço pago pelos serviços de alojamento.