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Compradores da TAP terão de respeitar acordos de empresa

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que o caderno de encargos para a privatização da TAP prevê que todos os acordos de empresa existentes "terão de ser respeitados pelos futuros compradores", depois de interpelado pelo PEV.

Compradores da TAP terão de respeitar acordos de empresa
Notícias ao Minuto

10:52 - 16/01/15 por Lusa

Economia Passos Coelho

"Quaisquer acordos que possam existir, nomeadamente de natureza sindical, terão de ser respeitados pelos operadores que vierem a adquirir a TAP e aqui prevalece a norma geral do Direito, portanto, não há nenhuma restrição quanto à aplicação desses acordos", afirmou Passos Coelho.

As declarações do chefe do Governo foram proferidas durante o primeiro debate quinzenal de 2015, no parlamento, depois de questionado pela deputada do PEV Heloísa Apolónia, que apontou as declarações do ministro da Economia para dizer que a privatização da companhia aérea "pode ser na verdade um passaporte para o desemprego".

O primeiro-ministro confessou não ter visto a entrevista do ministro, mas revelou ter estado com António Pires de Lima "ainda esta manhã".

"Creio que não há nenhuma dúvida quanto a isto, e o senhor ministro não dirá nada em contrário relativamente a esta matéria, o que aprovámos para manter com clareza em caderno de encargos é que os acordos da empresa terão de ser respeitados pelos futuros compradores", afirmou.

Na quinta-feira à noite, em entrevista à TVI24, o ministro da Economia insistiu que não pretende estender a todos os trabalhadores da TAP os termos acordados com nove dos 12 sindicatos da companhia.

"Não podemos estender esse acordo a sindicatos que não se quiseram sentar connosco à mesa e que não assinaram o acordo de paz social relativo a esta privatização", afirmou Pires de Lima.

Antes, a deputada do PEV Heloísa Apolónia tinha acusado o Governo de tentar "fazer passar a ideia de que no caderno de encargos está tudo garantido", mas que esse é "um filme" já visto, como no caso da PT, e perguntou "se é verdade que os trabalhadores dos sindicatos que não assinam acordo com o Governo podem ser despedidos já".

"Se porventura isto for de facto verdade, porque ontem vi o senhor ministro da Economia tão atrapalhado que acabei por ficar na dúvida, o que é que o Governo quer provar, que todos se tramam mas que quem não está convosco se trama primeiro? Que paz social é que considera que pode advir de uma coisa com esta natureza?", interrogou.

Na sua resposta, Pedro Passos Coelho referiu que a resolução do caderno de encargos para a privatização da TAP será publicada dentro de "pouco tempo" e rejeitou que a privatização "possa ser um passaporte para o despedimento".

"O passaporte para o despedimento é não haver privatização, já o disse aqui no parlamento e vou voltar a dizê-lo", advogou, sustentando que "a TAP precisa de ser recapitalizada" e "o Estado não está em condições de o poder assegurar" e que "se o fizesse de forma irregular" poderia violar regras europeias, "como ainda recentemente aconteceu com Chipre".

Passos referiu que a alternativa à privatização "é um caminho que é bem conhecido e está bem patente em Itália quando se fez a reestruturação da Alitalia".

"Criou-se uma nova companhia mas fez-se despedimento coletivo, fez-se uma reestruturação que implicou diminuição séria dos seus recursos humanos e da sua atividade, o que não queremos fazer em Portugal, porque queremos manter o 'hub' de Lisboa e queremos de preferência expandir a atividade da TAP", disse.

Durante a sua intervenção, a deputada ecologista confrontou ainda o primeiro-ministro com o que disse ser "o definhamento" dos serviços de saúde em Portugal e as consequências da "diminuição do Estado ao máximo".

"Há gente a morrer nas urgências deste país, não acha que o Governo chegou longe demais?", questionou, uma pergunta que ficou sem resposta por parte do primeiro-ministro.

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