Brasil e Rússia sairão dos BRIC se não crescerem mais depressa

O Brasil e a Rússia devem sair do grupo de países emergentes conhecido por BRIC se não conseguirem acelerar as suas economias até ao final da década, considerou o antigo economista-chefe do Goldman Sachs, autor desta sigla.

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Lusa
14/01/2015 11:25 ‧ 14/01/2015 por Lusa

Economia

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Questionado pela Bloomberg sobre se ainda agruparia o Brasil, a Rússia, a Índia e a China como os mais fortes mercados emergentes, como fez em 2001 num célebre ensaio com o título 'Building Better BRIC, Jim O'Neill respondeu: "Eu poderia estar tentado a chamá-los apenas IC ou, se os próximos três anos forem o mesmo que os últimos para o Brasil e a Rússia, antecipo isso para 2019".

A sigla BRIC foi apresentada pela primeira vez por Jim O'Neil, no estudo de 2001 'Building Better Global Economic BRIC', sendo acrescentado a África do Sul em 2010, mudando a sigla para BRICS. Este grupo de cinco países representa cerca de 25% da riqueza mundial e entre 2003 e 2007 foi responsável por 65% do crescimento mundial.

O grupo dos BRIC (os quatro países inicialmente agrupados por O'Neill) está a ser penalizado pela contração de 1,8% antecipada para a Rússia e pelo crescimento inferior a 1% por parte do Brasil, de acordo com a média das estimativas realizada pelos economistas no habitual inquérito periódico da Bloomberg, que antecipam um crescimento de 7% na China e de 5,5% na Índia, comprovando a tese dos BRIC a duas velocidades, o que coloca em causa a sua agregação num só grupo.

Na terça-feira à noite, o Banco Mundial divulgou as previsões de crescimento para os próximos anos, nos dois primeiros capítulos das Perspetivas Económicas Mundiais (Global Economic Prospects, no original em inglês), mostrando claramente um enorme fosso entre a Rússia e o Brasil, por um lado, e a China e a Índia, por outro.

Basta recuar a 2007 para ver que até então, pelo menos, a sigla ainda fazia sentido: a Rússia crescia 8,5% e o Brasil ultrapassava os 6% de crescimento do PIB, mas a forte procura mundial e os preços altos do setor das 'commodities', que ajudaram estes países a crescer, terminou.

A isto junta-se as dificuldades trazidas pelas sanções impostas à Rússia no âmbito da sua intervenção na Ucrânia, e o escândalo de corrupção empresarial com fortes ligações políticas que afeta a Petrobras, a empresa petrolífera estatal brasileira.

"É difícil para os países BRIC repetirem todos as notáveis taxas de crescimento da primeira década deste século; havia muitas forças poderosas e fortuitas conjugadas, algumas das quais já não existem", admitiu Jim O'Neill, nas declarações à Bloomberg.

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