O colapso do BES deixou muitos pequenos investidores sem as poupanças de uma vida inteira. Este domingo, dá conta o Jornal de Notícias que um grupo de 50 pessoas se reuniu ontem, em Matosinhos, para tentar discutir e acertar estratégias futuras para recuperar o seu investimento.
Este movimento, que se apelida de 'Lesados do Novo Banco', reclama ter feito depósitos a prazo no BES, ficando depois, por tempo indeterminado, com o seu dinheiro congelado no Novo Banco.
Todas as suas economias foram aplicadas pelo ‘banco mau’ em papel comercial da Rioforte, empresa pertencente ao Grupo Espírito Santo que entretanto também caiu. Agora, receiam que aconteça com eles o que se passou com a Portugal Telecom, que investiu perto de 900 milhões de euros em papel comercial e, simplesmente, perdeu todo o investimento.
“Agora temos um saldo contabilístico fantasma. Não nos deixam levantar o dinheiro, nem nos dizem o que vai acontecer. Na altura de depositar o dinheiro, éramos bons clientes. Passámos de clientes bestiais a bestas. Somos invisíveis, esquecidos e desconsiderados pelo Novo Banco”, queixa-se Ricardo Ângelo ao JN.
Este lesado pelo colapso do BES defende uma solução pacífica com o Novo Banco, mas garante que se esta não for possível que ponderam encetar procedimentos judiciais para tentar recuperar os seus investimentos.
“Impingiram-nos um produto que teoricamente era um produto sem risco, um produto onde as pessoas investiram as poucas poupanças que tinham. Agora há pessoas desesperadas, prontas para tudo. Até estamos a tentar mediar algumas situações para que ninguém cometa maluquices”, acrescenta o Ângelo.
Além destes factos, estes clientes do BES queixam-se que a solução para o seu problema está a ser adiada, parecendo que se está à espera da venda da nova entidade bancária para tomar uma decisão.