Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os CTT adiantam que, nos termos do memorando, "com a compra da PT Portugal pela Altice", os Correios de Portugal "receberão um pagamento inicial de 15 milhões de euros, que será reforçado em mais 15 milhões de euros sujeito à concretização do acordo quadro referido".

Estes montantes, adiantam os CTT, "representam uma antecipação do valor mínimo das sinergias a realizar no âmbito de uma mais vasta parceria comercial e estratégica".

A empresa liderada por Francisco de Lacerda recorda que, "tal como referido em comunicados anteriores, no âmbito do desenvolvimento da sua estratégia e para potenciar as alavancas de crescimento anunciadas, os CTT consideram que existem sinergias comerciais e oportunidades de negócio substanciais com operadores de telecomunicações, incluindo a PT Portugal".

Adianta que "esta visão é partilhada pela Altice, com base outras experiências de sucesso com operadores postais".

Os CTT acrescentam que "o acordo quadro deverá ser concretizado em parcerias comerciais específicas a definir e geradoras de valor para ambas as empresas, nomeadamente a otimização conjunta das redes de retalho, aproveitando a escala e capilaridade da rede CTT e o desenvolvimento de negócios conjuntos na área do comércio eletrónico e convergência físico-digital".

As parcerias comerciais específicas "potenciarão ainda a geração de EBITDA [resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações] adicional, de acordo com um 'business case' [caso de negócio] específico a definir por iniciativa", concluem.

O anúncio do memorando de entendimento surge no dia em que os fundos Apax Partners e Bain Capital, concorrentes na compra da PT Portugal e que assinaram um memorando de entendimento com a portuguesa Semapa, vão apresentar uma proposta firme para a compra daqueles ativos.

A 03 de novembro, a operadora brasileira Oi, que detém a PT Portugal desde maio, anunciou que a Altice, dona da Cabovisão e da Oni, tinha feito uma proposta para compra dos ativos no valor de 7.025 milhões de euros, deixando de fora o negócio de África.

A 12 de novembro, a Oi informou o mercado que tinha recebido a proposta dos fundos Apax Partners e Bain Capital, oferecendo mais 50 milhões que a Altice (7.075 milhões de euros).

Pelo meio, a 09 de novembro, a empresária angolana Isabel dos Santos, através da Terra Peregrin anunciou uma oferta pública geral e voluntária sobre a PT SGPS, oferecendo mais de 1,21 mil milhões de euros pela totalidade das ações da empresa portuguesa, ao preço de 1,35 euros por ação.

A PT SGPS detém 25% da Oi, que por sua vez controla uma participação de 10% da empresa portuguesa.

Por outro lado, a Oi detém a PT Portugal, que está a ser alvo de duas ofertas, e sobre a qual a PT SGPS tem direito de veto.

A Terra Peregrin entrega hoje na CMVM o pedido de registo da Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a PT SGPS, três dias antes de o prazo terminar.