Foram mais de 200 os elementos da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária e da Autoridade Tributária que, acompanhados por 14 magistrados e dois peritos do Departamento de Investigação e Ação Penal, levaram ontem a cabo buscas à sede do BES, à casa de Ricardo Salgado e a outros 39 locais, incluindo as habitações de antigos administradores do agora banco mau.
Sabe o Jornal de Negócios que o objetivo das operações ontem realizadas é o de descobrir como funcionava o esquema de emissão de obrigações utilizado pelo BES que provocou um rombo nas contas na ordem dos 1.500 milhões de euros e que permitiu o banco autofinanciar-se através de veículos sediados em offshores e que passavam por um intermediário suíço, o Eurofin.
Os investigadores querem também saber quem foram os responsáveis que estiveram por detrás deste esquema que só foi descoberto em julho, que ditou a intervenção do Banco de Portugal e que culminou com a divisão da entidade bancária em banco mau e banco bom.
Ontem os investigadores abandonaram os locais alvo de busca carregando caixas com diversos documentos que, acreditam, poderão ajudar a resolver o mistério.
Recorde-se que em causa está a suspeita da prática de crimes como burla qualificada, abuso de confiança, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal.