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Factos desmentem mitos sobre imigrantes em Portugal

O alto comissário para as Migrações, Pedro Calado, sublinhou hoje a importância da presença dos imigrantes para contrariar o défice demográfico em Portugal e afirmou que os factos desmentem mitos ligados a esta população, nomeadamente sobre trabalho e Segurança Social.

Factos desmentem mitos sobre imigrantes em Portugal
Notícias ao Minuto

17:30 - 27/11/14 por Lusa

Economia Migrações

"Estamos perante um défice financeiro, mas é muito importante termos a noção de que vivemos hoje, enquanto país, um défice demográfico", afirmou o responsável do Alto-Comissariado para as Migrações, numa intervenção no 11.º congresso internacional do Conselho Português para os Refugiados (CPR), sobre o tema "Mediterrâneo. A última fronteira", na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Portugal tem hoje um "saldo populacional total negativo", devido à saída de portugueses do país e da quebra da entrada de imigrantes - principalmente desde 2009 -, que "compensavam largamente o saldo natural negativo dos autóctones", referiu.

Uma realidade que "é tão mais preocupante quanto algumas das projeções que estão a ser feitas apontam que Portugal perderá pelo menos dois milhões de habitantes, a manter este nível de demografia", alertou o alto comissário.

Na sua intervenção, Pedro Calado citou um relatório recente do Eurostat, gabinete de estatística europeu, segundo o qual "nenhum país na Europa pode dispensar a imigração neste momento, sob pena de automaticamente ter um decréscimo nas suas populações residentes".

O alto comissário apresentou alguns números que ilustram o peso dos imigrantes na realidade nacional e que pretendem contrariar mitos sobre esta população.

"Sobretudo num tempo de crise, vemos a tentativa de uma narrativa de radicalização, de extremismo, de procurar um bode expiatório na imigração", sublinhou Pedro Calado, considerando que a presença de imigrantes é "uma mais-valia por todas e mais algumas razões, sejam demográficas, sejam económicas, sejam culturais".

Por um lado, as mulheres estrangeiras são responsáveis por 10 por cento da natalidade, apesar de a população estrangeira representar 3,7% do total do país - com as mulheres chinesas a liderar a lista do número de filhos (106,2 crianças por mil mulheres), quase o triplo das portuguesas (37,8 crianças por mil mulheres).

No trabalho, 61% dos estrangeiros são população ativa, contra 47% dos portugueses, e cada vez mais imigrantes são empregadores, aumentando de 1,4% para 5,2%, ao contrário dos cidadãos nacionais, que diminuíram em 7% a sua capacidade de serem empregadores.Os chineses são os mais empreendedores (42% da população em Portugal são empregadores), seguidos dos ucranianos, são-tomenses, cabo-verdianos e guineenses.

"É um mito que os imigrantes vêm para cá tirar trabalho e não querem arriscar. Os factos desmentem-no", salientou Pedro Calado, que classificou de "conversa" a ideia de que os estrangeiros sejam um peso para a Segurança Social.

"Mesmo descontando todos os subsídios, o saldo líquido dos seus contributos para a Segurança Social é superior a 250 milhões de euros/ano", referiu.

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