Draghi poderá adotar mais medidas de combate à baixa inflação
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, assegurou hoje em Helsínquia que está disposto a adotar medidas adicionais "se for necessário" para combater a baixa inflação da zona euro, que em outubro foi de 0,4%.
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Economia Banco Central
Numa intervenção no parlamento finlandês, Draghi sublinhou que as medidas adotadas até agora pelo BCE para facilitar o crédito estão a produzir "benefícios tangíveis", mas advertiu que é preciso tempo para que se materializem plenamente os efeitos positivos da política monetária.
"Contudo, se fosse preciso continuar a combater os riscos resultantes de um período demasiado longo de baixa inflação, o Conselho de Governadores é unânime no seu compromisso de utilizar instrumentos não convencionais adicionais no âmbito do seu mandato", afirmou.
O presidente do BCE não mencionou qualquer medida concreta, alegando que a entidade se encontra num denominado "período de silêncio", durante o qual os membros do Conselho de Governadores não devem fazer declarações sobre este tema.
Nos últimos meses, o BCE emprestou dinheiro a quatro anos aos bancos da zona euro a uma taxa de juro fixa de 0,15% e começou a comprar a estas entidades dívida privada.
Segundo Draghi, o BCE mantém as suas expetativas de que ocorra uma "recuperação moderada" da economia da zona euro nos próximos anos, graças às políticas monetárias, uma crescente melhoria das condições financeiras, às reformas estruturais e à consolidação fiscal.
No entanto, Draghi advertiu que as políticas monetárias não chegam por si mesmas para garantir a recuperação económica e defendeu a adoção de uma "estratégia integral" na qual também participem os dirigentes nacionais e europeus.
"Sem dúvida este não é o momento adequado para complacências, nem no âmbito das políticas orçamentais nem no que respeita às reformas estruturais", sublinhou.
Neste sentido, Draghi mostrou-se partidário de que os Estados membros cedam boa parte da sua soberania em matéria de política económica às instituições comunitárias e aprofundem a União Económica e Monetária.
"Na zona euro as políticas económicas são tão interdependentes que, em última instância, a soberania sobre a política económica deveria ser exercida de forma conjunta", afirmou Draghi.
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