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A história do alentejano que sentiu que o detestavam
O antigo secretário de Estado-adjunto começa amanhã o seu novo desafio enquanto comissário europeu. Conta o Diário Económico que Carlos Moedas nasceu e cresceu em Beja, estudou em Lisboa e depois ?saltou? para as grandes capitais europeias. Pouco depois de regressar a Portugal, tornava-se membro do Governo do PSD. ?Foram anos muito puxados?, confessou.
© Reuters
Economia Bruxelas
Carlos Moedas nasceu em Beja de onde saiu para estudar em Lisboa. Depois seguiu para França no âmbito do programa Erasmus. Na cidade do amor conheceu a mulher, Céline, com quem tem três filhos –o mais velho tem 13 anos e o mais novo tem 3.
O destino seguinte? Estados Unidos onde tirou um MBA na conceituada universidade de Harvard.
Ao Diário Económico recorda que não tinha o dinheiro necessário – entre 30 a 35 mil euros – mas Harvard emprestou-lhe o dinheiro e “sem qualquer garantia”.
Depois seguiu para Londres, onde estagiou no Goldman Sachs e conheceu António Borges que foi, de resto, quem o encaminhou até ao PSD.
“Marcou-me desde que o conheci, em agosto do ano 2000”, garantiu Moedas, explicando como se processou o regresso a Portugal.
“Até 2004 nunca tinha trabalhado no meu país e tinha vontade de regressar. Falaram-me da imobiliária Aguirre & Newman. Fui a uma entrevista e gostei muito do projeto. Foi uma fase muito gira da minha vida”, recordou.
Em 2010 conheceu Passos Coelho no hotel D. Pedro, em Lisboa. “Ele disse-me: ‘sei que é trabalhador e gostava de contar consigo. Se ganhar as eleições internas, telefono-lhe no dia seguinte de manhã’. E telefonou-me mesmo, o que me impressionou logo”, revelou.
O agora comissário europeu é, segundo António Nogueira Leite, “uma pessoa organizada, não tem aquele perfil tagarela que, por vezes, se encontra na política”.
Antes de fazer parte do Executivo, Moedas coordenou o setor económico do Gabinete de Estudos do PSD. Em 2011 foi nomeado secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro, tendo ficado, a par de Eduardo Catroga, responsável pelas negociações com a troika que duraram até este ano.
“Foram anos muito puxados. Muitas pessoas detestavam-nos, senti isso”, confessou.
Agora, é comissário europeu para a Investigação, Inovação e Ciência e já se mudou para Bruxelas. Para já, está num hotel, mas anda à procura de casa. A mulher e os filhos vão continuar em Lisboa.
“Para já, devido à escola dos miúdos, ficarão cá, mas depois levarei a minha família”, concluiu.
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