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Economia está a crescer "pela primeira vez" sem défice externo

O ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional disse hoje que a economia portuguesa está a crescer "pela primeira vez" sem défice externo, acrescentando que o setor do turismo tem "contribuído muito" para a recuperação económica.

Economia está a crescer "pela primeira vez" sem défice externo
Notícias ao Minuto

21:19 - 24/10/14 por Lusa

Economia Poiares Maduro

"É a primeira vez que estamos a crescer, mas a crescer sem défice externo, a crescer com excedente externo. O que significa que, pela primeira vez, estamos a crescer de forma sustentável, sem ser assente no endividamento, a crescer com a riqueza que nós próprios produzimos", afirmou Miguel Poiares Maduro.

Na sua intervenção na sessão de encerramento do 1.º congresso de Turismo de Culinária, na Figueira da Foz, o governante destacou o "papel muito importante" do turismo na recuperação económica do país, sublinhando, no entanto, que a situação "ainda é insuficiente".

"Já permite reduzir o desemprego, já permite algum nível de crescimento económico, mas ainda é insuficiente", afirmou.

Poiares Maduro definiu a gastronomia como "uma riqueza fundamental" de Portugal e um valor para o turismo, considerando-a ainda uma forma de, a partir do turismo, "multiplicar" a riqueza económica e a contribuição para outras áreas da atividade económica, como a indústria agroalimentar, os produtos tradicionais ou a cerâmica, em serviços de pratos, exemplificou.

"Quem vem em visita ao país é atraído pela culinária, pela gastronomia, mas depois fica relacionado com o país através dos produtos.

O ministro destacou o exemplo da região italiana da Toscana, representada no congresso e onde viveu 10 anos, que não possui uma riqueza gastronómica muito grande, mas que consegue "valorizar muito bem" os produtos diferenciadores que tem.

"A razão pela qual a indústria agroalimentar italiana é tão pujante é porque eles têm uma enorme cadeia de distribuição, todos os restaurantes italianos que existem, toda a tradição das massas e tomates secos. Embora os nossos tomates sejam melhores que os italianos, eles conseguem vender muito bem", frisou.

"Os nossos produtos tradicionais são, em muitos aspetos, dos melhores do mundo, de uma qualidade extraordinária, muitas vezes o que nos falta é as cadeias de distribuição, é uma grande falta que temos. E o turismo é uma forma de gerar hábitos de consumo", sublinhou.

Promovido pela Associação Portuguesa de Turismo de Culinária e Economia (APTECE), o congresso reuniu, durante dois dias, governantes, especialistas e profissionais do setor que debateram as potencialidades do turismo associado à gastronomia.

Sábado, o congresso abre portas ao público em geral, que pode conhecer algumas empresas e projetos no setor do turismo gastronómico e participar em sessões de cozinha ao vivo.

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