Nos termos dos acordos assinados hoje, em Lisboa, pelo vice-presidente do BEI, Román Escolano, e pelos presidentes da comissão executiva do BPI e do Santander Totta (respetivamente, Fernando Ulrich e António Vieira Monteiro), os bancos portugueses complementarão o empréstimo recebido com um montante semelhante -- 300 milhões de euros no caso do BPI e 200 milhões no caso do Santander Totta --, pelo que o total disponível para apoiar pequenas e médias empresas (PME, com menos de 250 trabalhadores) e empresas de média capitalização ('mid-caps') ascenderá a mil milhões de euros.

Em comunicado, o BEI esclarece que parte dos fundos atribuídos ao BPI poderá ser canalizada para "outras entidades promotoras de projetos nas áreas da indústria e serviços" e para apoiar o emprego jovem, atividades de investigação e desenvolvimento, o ensino superior e agricultura.

"Pode ainda ser complementada com esquemas de financiamento [ao abrigo do programa] Jessica em Portugal, apoiando a requalificação urbana e projetos de eficiência energética ou energias renováveis, assim como com esquemas integrados nas iniciativas lançadas pelo BEI em cooperação com a Comissão Europeia no âmbito do Horizonte 2020 e do COSME", refere.

Segundo adianta, o BEI vai financiar até 100% dos custos totais dos projetos das PME e 'mid-caps' (num máximo de 12,5 milhões de euros por projeto) e até 50% de outros tipos de projetos", prevendo-se que "cerca de 80% do valor total do empréstimo será alocado a projetos nas regiões de convergência".

Segundo adianta o Santander Totta, os fundos recebidos do BEI "poderão em parte ser atribuídos a entidades do setor público", sendo que "uma tranche do empréstimo será utilizada para financiar projetos elegíveis realizados por universidades, incluindo infraestruturas educativas e atividades de investigação e desenvolvimento".

Quanto às PME e 'mid-caps', salienta o banco, o empréstimo do BEI permitirá proporcionar-lhes "financiamento de longo prazo para os respetivos projetos de investimento, bem como linhas de crédito em condições favoráveis".

"Os subempréstimos financiarão projetos de investimento em Portugal com um custo de até 25 milhões de euros, no caso das PME, e de até 50 milhões de euros, no caso das 'mid-caps'", especifica.

Os empréstimos agora concedidos aos dois bancos portugueses seguem-se a outros já contratados anteriormente com aquelas instituições bancárias.

Salientando que o financiamento das pequenas empresas é uma das suas "prioridades de investimento", o BEI adianta que, só em 2013, concedeu juntamente com a sua filial Fundo Europeu de Investimento "o montante recorde de cerca de 22.000 milhões de euros a PME e 'mid-caps', beneficiando mais de 230.000 empresas em toda a Europa".

Em Portugal, especifica, "o BEI disponibilizou 595 milhões de euros em 2013 para novas linhas de crédito destinadas a financiar projetos de investimento de PME e 'mid-caps'".