Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos ao Comércio Internacional por Caraterísticas das Empresas, 61% das empresas exportadoras em 2013 empregava até nove pessoas e foram responsáveis por apenas 9,5% do total das exportações.

No comércio extra-União Europeia (UE) o valor exportado por estas empresas foi ainda mais reduzido, na ordem dos 1,1%.

O INE nota que foram as empresas de maior dimensão que mais exportaram, com 42,5% das exportações a serem efetuadas por unidades com 250 ou mais pessoas ao serviço, apesar de representarem só 1,1% das empresas.

O instituto refere ainda que o volume transacionado concentrou-se num número limitado de empresas (as 10 maiores unidades exportadoras asseguraram um quarto das exportações nacionais), nomeadamente no que diz respeito ao comércio extracomunitário: as 10 maiores empresas exportadoras foram responsáveis por 22,1% do comércio intra-União Europeia (UE) e 29,9% do comércio extra-UE, enquanto nas importações essa proporção foi 10,9% e 60,4%, respetivamente.

A maioria das empresas (69,3%), representando 10,3% do valor total das exportações nacionais, transacionou bens com apenas um mercado, sendo que as empresas com maior diversificação de mercados registaram o maior valor exportado, representativo de 70% do total das exportações.

Numa análise por áreas de atividade, verifica-se que as empresas industriais foram as que mais exportaram, mas que a maioria das empresas exportadoras exercia atividades de comércio.

Considerando o ano de constituição da empresa, verifica-se que a maioria das empresas que exportou bens em 2013 foi criada entre os anos 2000 e 2009 (33,9%), tendo sido responsáveis por 22,3% das exportações, mas foram as empresas constituídas antes de 1990 que mais exportaram (49,8%), apesar de corresponderem a apenas 25,8% das empresas.

Segundo o INE, 2,6% das empresas exportadoras de bens foram constituídas no próprio ano, tendo sido responsáveis por 0,4% das exportações, sendo que as criadas entre 2010 e 2013 representavam 15,3% do total correspondendo-lhe 3,5% do valor exportado.

No que respeita às importações de bens, o instituto refere que as empresas com mais de 250 trabalhadores foram responsáveis por 38,1% das compras (64,1% extra-UE e 28% intra-UE) e mais de dois terços das empresas importadoras tinham menos de 10 trabalhadores (69,2%), tendo atingido 11,1% do valor em 2013.

Tal como nas exportações, as empresas com 250 ou mais pessoas ao serviço, apesar de corresponderam a apenas 0,6% das empresas, concentraram a maior parte do valor importado (38,1%).

Quanto à distribuição do valor das importações intra-EU, foi mais dispersa: as empresas com 50 a 249 pessoas ao serviço foram responsáveis por 29,3% do valor em 2013 (correspondendo a 3,5% das empresas), enquanto nas empresas com 250 ou mais pessoas ao serviço esse peso foi de 28,0% (0,6% das empresas).

Já no que respeita às importações extra-UE, o peso das empresas importadoras com menos de 10 trabalhadores foi menos significativo, em termos do número de empresas, mas em 2013 estas empresas corresponderam a 44,4% das empresas que realizaram importações de bens dos países terceiros, tendo atingido 7,2% das importações.

As empresas do comércio foram predominantes, tanto em termos do número de empresas como do valor importado, representando, em 2013, estas atividades quase metade das empresas importadoras de bens (48,6%) e do valor importado (46,7%).

Nas importações extra-UE registou-se uma maior concentração do valor nas maiores empresas, com as cinco de maior dimensão a responderem por mais de metade das importações (20,5% no total do comércio internacional).

As cinco maiores empresas importadoras de bens foram responsáveis por 20,5% das importações portuguesas em 2013, as 10 maiores por 24,8% e mais de dois terços das importações foram efetuadas pelas 500 maiores empresas (67,4%).

O INE dá ainda conta de que 85,6% das empresas importaram bens de apenas um mercado, mas foram responsáveis por somente 12,2% das importações.