"Estamos a trabalhar intensamente para ser consistentes na aplicação do programa económico de ajustamento e esperamos alcançar em novembro um acordo sobre a avaliação final", afirmou Gikas Hardúvelis numa conferência franco-belga que decorreu hoje em Atenas.

Hardúvelis reconheceu que essa "nova relação", ou seja, a saída do resgate, incluirá o apoio dos credores em caso de dificuldades para obter financiamento nos mercados.

Até à semana passada, o Governo de Andonis Samaras tinha defendido que a Grécia será capaz de financiar-se pelos seus próprios meios a partir de 2015 e que, portanto, estaria em condições de abandonar o resgate.

No final deste ano vence a parte europeia do resgate de 240.000 milhões de euros, mas não a do Fundo Monetário Internacional (FMI), que em princípio devia continuar até à primavera de 2016.

Até à semana passada, Samaras mostrou-se contra a aceitação de qualquer novo programa de resgate devido às contrapartidas que implica.

No entanto, as turbulências na bolsa e a forte subida dos juros a dez anos, que chegaram a subir acima dos 9%, fez com que suavizasse a sua postura e aceitasse a fórmula de uma ajuda "preventiva", proposta pela diretora-geral do FMI, Christine Lagarde.

No discurso de hoje, Hardúvelis mostrou-se otimista e seguro de que a Grécia conseguirá um acordo com a 'troika' de credores (Banco Central Europeu, Comissão Europeia, e FMI) sobre a redução da dívida.

"O acordo sobre as medidas de alívio da dívida estão à nossa frente e virá como resultado do nosso compromisso com os objetivos das reformas que adotamos", afirmou o ministro.

Hardúvelis sublinhou que a Grécia continuará comprometida com a "credibilidade fiscal e as mudanças estruturais que se estão a aplicar.

Em relação aos resultados dos 'testes de stress' da banca europeia que o BCE publicará no próximo domingo, Hardúvelis recordou que os quatro bancos sistémicos gregos conseguiram no primeiro semestre deste ano captar um total de 8.500 milhões de euros no setor privado, sem recorrer às reservas do Fundo de Estabilidade Financeira grego.

Dos 50.000 milhões de euros que a Grécia recebeu para a recapitalização da banca, 11.400 milhões continuam no referido fundo, um capital que segundo os meios locais, Samaras queria aproveitar em grande medida para reduzir o peso da dívida ou para cobrir o défice de financiamento que se prevê no Orçamento do Estado para 2015.

"A partir de agora, e sobretudo depois da publicação dos resultados dos 'testes de stress', os bancos deverão converter-se num pilar básico do crescimento, dando financiamento e liquidez às empresas", defendeu ainda Hardúvelis.