Barroso defende aplicação das regras orçamentais "com toda a flexibilidade"
O presidente cessante da Comissão Europeia, Durão Barroso, defendeu hoje que a aplicação das regras orçamentais deve ser feita "com toda a flexibilidade permitida" e que as metas devem ser avaliadas em função do ciclo económico.
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Economia Comissão Europeia
"Temos de entender que uma situação de recessão e de quase deflação não pode ter o mesmo tipo de exigências que uma situação de crescimento vigoroso. Defendo a aplicação das regras com toda a flexibilidade permitida, para todos os países", disse Durão Barrosos aos jornalistas, em Estrasburgo.
Barroso tinha sido questionado sobre a flexibilidade orçamental pemritida aos Estados-membros, numa altura em que se trava um 'braço de ferro' entre Paris e a Comissão Europeia, que poderá 'chumbar' o Orçamento do Estado de França para 2015, em que é previsto um défice orçamental de 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
A França, que ao mesmo tempo diz que levará a cabo reformas, propõe-se ter um défice abaixo dos 3% apenas em 2017.
Em resposta, evitando referir-se a qualquer caso específico, Barroso disse que a Comissão Europeia defende há muito tempo que as regras devem ser aplicadas com flexibilidade e que o próprio Pacto Orçamental permite que tal seja feito.
"Flexibilidade quer dizer que temos de tomar em consideração o ciclo económico", afirmou o ainda presidente da Comissão Europeia, que, no entanto, se recusou a antecipar qual será a decisão de Bruxelas para o caso francês, já que ainda está neste momento a analisar os Orçamentos do Estado para 2015 de todos os países, incluindo o de Portugal.
Durão Barroso participou na terça-feira, ao início da noite, em Estrasburgo, na apresentação do livro "Os anos Barroso", escrito por dois historiadores, o francês Éric Bussière e a italiana Guia Migani.
No final, em resposta a questões dos jornalistas portugueses, Barroso disse que nos 10 anos à frente da Comissão perdeu ilusões, viu "muito egoísmo" entre os países, mas garantiu que não perdeu "o entusiamo pela Europa".
Num tom otimista que já tinha marcado o seu discurso da tarde perante o Parlamento Europeu, um dos últimos como presidente do órgão executivo comunitário, considerou que a Comissão conseguiu evitar a rutura da União Europeia e do euro no pico da crise, gerindo as sensibilidades de países muito diferentes.
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