Meteorologia

  • 28 MARçO 2024
Tempo
14º
MIN 11º MÁX 17º

Ex-dirigentes da Caja Madrid podem ter bens penhorados

Os ex-presidentes da Caja Madrid Miguel Blesa e Rodrigo Rato poderão ter bens penhorados caso não consigam depositar fianças de 16 milhões e três milhões de euros, respetivamente, impostas por um tribunal espanhol.

Ex-dirigentes da Caja Madrid podem ter bens penhorados
Notícias ao Minuto

12:13 - 20/10/14 por Lusa

Economia Crime

Blesa e Rato foram ouvidos na semana passada como arguidos pelo juiz Fernando Andreu, que está a investigar o processo sobre gastos não declarados em cartões de crédito utilizados por 86 dirigentes da entidade.

Os dois estão a estudar recursos, tendo Blesa visto já rejeitada pelo tribunal uma tentativa de que a sua fiança fosse paga pela seguradora Mapfre, que era, na altura da sua presidência, a seguradora da Caja Madrid.

Andreu considerou que ambos consentiram e propiciaram o uso indevido de fundos da entidade através de um sistema de cartões de crédito cujos gastos se contabilizaram de forma encoberta para evitar controlos fiscais.

No auto sobre o caso, considerou haver indícios suficientes de que ambos cometerem delitos de administração danosa.

O juiz - que ouviu queixas da procuradoria anticorrupção e do Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB) - os dois arguidos "autorizaram e consentiram" a entrega e uso dos cartões aos conselheiros e direitos da Caja Madrid bem como os gastos totais realizados, de 15,25 milhões de euros.

Blesa, presidente da Caja Madrid de 1996 a 2009, e o ex-ministro espanhol da Economia Rodrigo Rato, terão que apresentar fianças de 16 milhões e três milhões de euros, respetivamente, por estes gastos.

Os dois têm até à próxima quarta-feira para evitar a penhora, caso paguem as fianças, que englobam uma garantia para cobrir eventuais responsabilidades civis e multas que possam vir a ser-lhes aplicadas, se forem considerados culpados por terem autorizado os gastos de 15,25 milhões de euros, entre 1999 e 2012, enquanto presidiam à Caja Madrid.

Segundo a acusação, beneficiaram dos cartões 86 ex-responsáveis da entidade bancária, incluindo 28 conselheiros nomeados pelo PP, 15 pelo PSOE, quatro pela IU, 10 pelos sindicatos e outros tantos pelas organizações patronais.

Miguel Blesa argumentou perante o juiz que se tratava de um sistema retributivo a vigorar desde 1988, antes da sua chegada à instituição bancária, enquanto Rodrigo Rato disse que se tratava de uma verba sujeita a impostos e que fazia parte do seu salário.

Por isso, os dois banqueiros, tal como o ex-diretor geral da Caixa Madrid Ildefonso Sánchez Barcoj, beneficiário dos cartões e que também depôs hoje como arguido, concordaram que o sistema não poderia ser considerado opaco.

A principal diferença entre as declarações dos arguidos, segundo fontes judiciais é que tanto Miguel Blesa como Sánchez Barcoj, considerado o seu braço direito, consideravam os cartões um complemento retributivo, enquanto Rodrigo Rato entendia que estes faziam parte do salário global, ou seja, não constituíam um complemento.

Porém, como a Caja Madrid não aplicou as deduções fiscais apropriadas, Miguel Blesa revelou hoje que regularizou a situação junto das Finanças, enquanto Rodrigo Rato e Sánchez Barcoj devolveram os valores gastos com os cartões.

Ministro da Economia do Governo de José María Aznar, até 2004, Rodrigo Rato foi diretor-geral do FMI, de 2004 a 2007. Sucedeu a Blesa na Caja Madrid e, no final de 2010 assumiu a presidência do Bankia, cargo que manteve até à falência da instituição financeira, em maio de 2012.

O caso dos cartões "opacos", como é já conhecido, levou já a direção dos socialistas espanhóis (PSOE) a expulsar 10 militantes envolvidos e que ainda não tinham pedido a suspensão voluntária do partido (seis outros).

O caso chegou já à monarquia espanhola, com o ex-chefe da Casa do Rei, Rafael Spottorno, a renunciar ao cargo de conselheiro privado para evitar qualquer tentativa de comprometer a figura do novo monarca, Felipe VI.

Recomendados para si

;

Receba as melhores dicas de gestão de dinheiro, poupança e investimentos!

Tudo sobre os grandes negócios, finanças e economia.

Obrigado por ter ativado as notificações de Economia ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório