Mario Draghi é, no panorama europeu, o nome que mais se faz ouvir, na perspetiva de Mark Blyth. Entrevistado pelo Jornal de Negócios, o professor de Economia Política na Universidade de Brown, nos EUA, indica que Draghi foi “muito mais importante do que qualquer outra coisa que os portugueses, alemães e outros tenham feito nos seus orçamentos”.
Mais do que isso, o presidente do Banco Central Europeu (BCE) “baixou os juros em todas as obrigações” e conseguiu “transformar” a entidade bancária que lidera num verdadeiro “banco central”.
Mas tal não significa que não haja ainda muito trabalho pela frente. No entender de Mark Blyth, é necessário firmar um “acordo europeu” que se reja pelas “três setas do Japão: estímulo orçamental, reformas na política monetária e reformas estruturais”.
Parte deste acordo passaria pela “identificação de ativos tóxicos nos bancos para serem adquiridos em parte pelo BCE (estimativas de 1,2 a 1,5 biliões de euros)”. Desta forma, conseguir-se-ia “injetar mais liquidez no sistema para que os bancos possam emprestar”.
“O banco central tem de se transformar num banco mau”, tal como aconteceu com o Fed e o Banco de Inglaterra, frisa o docente. Isto porque “quando a economia recupera, é possível vender esses ativos de volta ao mercado”, explica.