Foi ouvido pelo Ministério Público e pelo Banco de Portugal, mas também colaborou com a KPMG, auditor KPMG. Francisco Machado da Cruz era contabilista da ESI e ajudou a montar, e a desmontar, os esquemas para falsificação das contas da holding do GES.
Apesar de estar agora em parte incerta, nas declarações que fez aos três organismos, o “comissaire aux comptes” comprometeu sempre Ricardo Salgado, escreve o Expresso citando fontes contactadas pelo jornal.
A mesma publicação tinha noticiado antes que Machado da Cruz que Salgado sabia dos problemas nas contas da ESI desde 2008, estando informado sobre o facto de as contas na refletirem a realidade financeira da holding.
Sobre o papel comercial do GES, explicou também o contabilista que quem o pôs à venda desconhecia a situação da empresa e que apenas o fez, mesmo sabendo que não era correto, porque “esperava melhores dias”.
Porém, todos estes pequenos ‘lapsos’ voluntários, que começaram com a ocultação de um prejuízo de 180 milhões de euros, acabou por chegar a um passivo não registado de 1,3 mil milhões, que terminou com perdas totais que ascenderam a 2,2 mil milhões.