“Analistas, investidores: estavam ou não estavam a acompanhar e a avaliar de forma adequada as mudanças e os riscos associados a esta emissão [aumento do capital do BES em junho]?”, questionou Leonardo Mathias, secretário de Estado Adjunto e da Economia, esta terça-feira.
Durante a celebração dos 30 anos da Associação Portuguesa de Analistas Financeiros (APAF), Mathias afirmou que os problemas no Banco Espírito Santo (BES) e na Portugal Telecom (PT) podiam ter sido detetados mais cedo, responsabilizando, nesta parte, os analistas financeiros.
O secretário de Estado adjunto deu como exemplo uma das avaliações feitas pelos analistas por altura do aumento de capital: “BES: seis comprar, nove manter, dois vender. Ou seja, quinze analistas achavam que se podia manter ou comprar. E em 10 de julho, sete comprar, sete manter e um único analista dizia que se devia vender”.
Desta forma, explica Leonardo Mathias, “o risco não pode ser distribuído a pessoas que não sabem interpretar a dimensão e o significado desse mesmo risco”, referindo-se aos pequenos acionistas.
